Sterling, do Manchester City, acusa jornal inglês de incentivar racismo

De acordo com Sterling, a atual cobertura da mídia "ajuda totalmente o racismo"

O atacante Raheem Sterling, do Manchester City, tem mais motivos para ficar indignado do que simplesmente a derrota para o Chelsea, no sábado (8), que custou a invencibilidade e a liderança no Campeonato Inglês ao seu time. O jogador britânico, de origem jamaicana, usou das redes sociais para denunciar um episódio de racismo que estaria sofrendo da imprensa inglesa. De acordo com Sterling, a atual cobertura da mídia "ajuda totalmente o racismo". 

Até então líder do Campeonato Inglês, o Manchester City foi superado por 2 a 0 pelo Chelsea, no Stamford Bridge. Depois do confronto, a polícia metropolitana confirmou que reviu algumas imagens em que supostamente mostram um torcedor do Chelsea dirigindo-se de forma preconceituosa a Sterling.

Na manhã deste domingo, através de uma postagem nas redes sociais, Sterling disse que "não espera nada melhor" e citou um artigo do jornal Daily Mail sobre seu companheiro de time, Tosin Adarabioyo, como exemplo de como a cobertura da mídia de jogadores negros contribui "para que as pessoas sejam racistas nestes dias e neste época".

Em trecho de sua publicação, Sterling escreveu: "Eu apenas quero dizer que eu não sou uma pessoa que normalmente fala muito, mas quando eu penso que preciso expor meu ponto de vista, eu irei me pronunciar. Quanto ao que foi dito a mim no jogo do Chelsea, como você pode ver pela minha reação, eu só tive que rir, porque eu não espero nada melhor."

No seu Instagram, Sterling postou duas fotos, ambas manchetes do Daily Mail, em que duas histórias bem parecidas são tratadas de formas diferentes envolvendo jogadores brancos e negros do Manchester City - Adarabioyo e Phil Foden - que compraram casas novas nesta temporada.

A matéria que se refere a Adarabioyo, que é negro, foca em como ele gastou 2,25 milhões de euros (cerca de R$ 11 milhões) em uma casa "apesar de nunca ter começado uma partida no Campeonato Inglês". Enquanto na publicação de Foden, o jornal trata a história como o jogador gastou 2 milhões de euros em uma residência "para sua mãe".

Sobre o episódio, Sterling acrescentou: "Por exemplo: você tem dois jovens jogadores dando o pontapé inicial em suas carreiras, ambos jogando no mesmo time e ambos fizeram a coisa certa, que é comprar uma casa nova para suas mães, que investiram muito tempo e amor para ajudá-los a chegar onde estão. Mas olha como os jornais passam a mensagem para o jovem jogador negro e depois para o jovem jogador branco."

Este não é o primeiro atrito de Sterling com a mídia. O atacante de 24 anos foi criticado publicamente antes da Copa do Mundo da Rússia por sua decisão de fazer uma tatuagem de um rifle em sua perna direita. Ele disse que é uma homenagem a seu pai, que foi assassinado pela arma quando o atleta tinha apenas dois anos. Há cerca de um ano, um homem foi condenado e preso por 16 semanas por agressão racial dirigida a Sterling.


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