Impedido de participar de eleição, Eurico Miranda diz que Vasco está 'pacificado'

Há duas semanas, a juíza Glória Heloíza Lima da Silva alegou fraude e anulou a eleição de 2017. O Vasco já recorreu da decisão, assim como três conselheiros de maneira individual

Nomes importantes da história do Vasco consideraram esta segunda-feira (8) histórica. Presidente do Conselho de Beneméritos do clube, Eurico Miranda, ao lado do atual presidente interino da agremiação, Alexandre Campello, e outros beneméritos - Luiz Manuel, Sonia Andrade, Edmilson Valentim, Roberto Monteiro, Silvio Godoy, Olavo Monteiro de Carvalho, José Carlos Osório, Sérgio Frias, Eloi Ferreira, Peralta, João Nóbrega, Denis Carrega, José Luís Moreira e Jorge Salgado -, membros de diversas correntes políticas do clube, se uniram a favor de uma pacificação política. 

O grupo também ratificou o posicionamento de serem contra a decisão judicial que anulou a última eleição do clube, marcando um novo pleito para 8 de dezembro. Chapas poderão se inscrever até 8 de novembro.

"Isso é um sonho que está se tornando realidade. Eu só quero dizer que sou apenas um dos que estão dentro dessa pacificação. Para mim, é o dia da maior importância. Eu acho que conseguimos passar o nosso real objetivo, mostrar que estamos pacificados internamente e que vamos pacificar na Justiça também", disse Eurico Miranda. 

"Hoje é um dia histórico para o Vasco. Nós temos aqui reunidos com o Vasco absolutamente pacificado. Estou aqui com as grandes lideranças demonstrando que o clube está pacificado. Estou aqui como presidente do Conselho de Beneméritos participando dessa pacificação. O objetivo, claro, é dar uma demonstração de que o Vasco está pacificado internamente. E agora vamos tentar pacificar na Justiça", afirmou o dirigente, que puxou o "Casaca" tradicional grito de guerra vascaíno, mesmo exibindo um semblante debilitado, com o seu rosto inchado, inclusive.

Antes desta manifestação do dirigente de 74 anos de idade, a juíza Glória Heloíza Lima da Silva, da 28ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, respondeu aos embargos de declaração do advogado Alan Belaciano e sentenciou que Eurico Miranda e todos os integrantes da Chapa Azul da eleição de novembro do ano passado estão impedidos de votar e serem votados no pleito do Vasco de 8 de dezembro.

O tribunal determinou Faues Jassus, presidente da Assembleia Geral do Vasco, como responsável por organizar a nova eleição cruzmaltina, além de impedir os sócios que depositaram votos na urna 7 e membros da junta eleitoral de participarem das eleições.

Há duas semanas, a juíza alegou fraude e anulou a eleição de 2017. O Vasco já recorreu da decisão, assim como três conselheiros de maneira individual. A Justiça ainda analisa os pedidos.

A urna 7, chamada de "urna da discórdia" e que continha 475 votos, apontou 428 votos para Eurico na eleição do ano passado e foram dados por torcedores que se tornaram sócios do Vasco de forma maciça entre novembro e dezembro de 2015, quando se encerrou o período para se tornar apto para participar do pleito.

Campello ratifica união

Alexandre Campello também destacou nesta segunda-feira que o clube se uniu para superar as enormes dificuldades que está enfrentando atualmente. "Como foi dito pelo Eurico Miranda, hoje é um dia histórico no Vasco. Ouço há mais de 30 anos que o Vasco unido seria ainda maior, mas não imaginava que fosse presenciar um dia como esse. Essa pacificação vem num momento de grande dificuldade do clube. E o Vasco é caracterizado por se unir diante das adversidades. Foi assim na construção do estádio, foi assim quando aceitamos os negros e operários. E está sendo assim nos dias de hoje", disse.