Gato morador de museu vira o vidente oficial da Copa do Mundo

Aquiles, o bichano, havia feito sua estreia no ano passado, na Copa das Confederações jogada em solo russo

Um gato branco que mora no museu Hermitage, em São Petersburgo, se tornou o vidente oficial para resultados da Copa do Mundo da Rússia, atingindo um status que seu mais famoso predecessor, o infalível polvo Paul, não chegou a ter.

Aquiles, o bichano, havia feito sua estreia no ano passado, na Copa das Confederações jogada em solo russo. Dos quatro jogos disputados em São Petersburgo, ele acertou três e foi considerado correto num empate, quando não se decidiu por qual tigela de comida encimada pela bandeira dos países rivais.

Sua concentração chamou a atenção do público, e pode ser parcialmente debitada do fato de Aquiles ser surdo e não se incomodar com os apupos da audiência.

Na segunda (12), a Fifa concedeu ao gato uma Fan ID, documento que os torcedores precisarão apresentar na entrada dos estádios da Copa, junto com o ingresso. Se não chegou a ser exatamente um endosso oficial das habilidades psíquicas de Aquiles, foi o suficiente para o Hermitage divulgar seu animal como chancelado pela entidade.

Animais não podem entrar nos ambientes controlados pela Fifa, exceto cães-guia.

O uso de bichos para predizer eventos vem da antiguidade, quando antepassados pouco afortunados de Aquiles e de outras espécies tinham suas entranhas abertas por clarividentes.

A versão futebolística da coisa surgiu como moda recente em 2010, quando o polvo Paul, que vivia na Alemanha, veio de uma bem-sucedida carreira de oráculo na Euro-2008 para consagrar-se na Copa da África do Sul. Ele acertou o placar dos sete jogos para os quais foi escalado.

O polvo morreu naquele mesmo ano, e em 2014 surgiu uma longa lista de animais diversos que fracassaram em pegar seu bastão.

O gato Aquiles faz parte de uma grande linhagem de felinos que habita o Hermitage, baú de tesouros com mais de 3 milhões de obras de arte.

Antigo palácio de inverno da família real russa, ele abriga gatos desde o século 18, quando Pedro, o Grande, trouxe um exemplar do animal da Holanda. Sua filha, a czarina Elizabeth 1ª, encomendou uma leva de gatos em 1745 para ajudar a controlar a população de ratos do local. A famosa Catarina, a Grande, deu à tropa uma comissão oficial real em 1764, com direito a soldo e alojamento.

Hoje, há cerca de 50 gatos no Hermitage. Existe até um dia municipal de homenagem a eles na cidade, e a ação de marketing envolvendo Aquiles faz parte da promoção de direitos animais na Rússia. Resta saber agora se o bicho vai fazer jus à fama.