Fluminense atrasa balanço e presidente pode até ser afastado do clube

Timi tricolor pode sofrer a retirada do Profut, o programa de parcelamento das dívidas com a União

O discurso de dar mais transparência às contas do clube tem sido frequente no Fluminense. A prática, no entanto, nem sempre corresponde às promessas dos dirigentes do clube. Às 23h59 da última segunda-feira (30), hora e data limite para a publicação das demonstrações financeiras de 2017, o clube tricolor se tornava o único dos principais clubes do Brasil a omitir o seu balanço, que deveria ter sido publicado em seu site oficial. Tal fato pode render punições que ameaçam até mesmo o presidente do clube, Pedro Abad.
 
A falha foi reparada parcialmente por volta de 0h35 desta terça-feira (1). Após alguns questionamentos da reportagem a respeito do documento, o time apresentou um balanço incompleto (apenas duas páginas), pendente de análise do Conselho Fiscal, sem assinatura e sem qualquer empresa independente auditando tais números -obrigações por lei.
 
Entre as sanções previstas no Estatuto do Torcedor pelo desrespeito do prazo e apresentação incompleta do balanço, está o "afastamento de seus dirigentes", sendo "o presidente da entidade, ou aquele que lhe faça as vezes" -previsto no parágrafo 2º do item II do artigo 46-A.
 
Com a omissão da informação correta sobre as contas do clube, além da destituição do dirigente, o Fluminense pode ser punido com a retirada do Profut, o programa de parcelamento das dívidas com a União.
 
A fiscalização pode partir do Ministério Público ou da Apfut, autoridade que controla as obrigatoriedades dos clubes.
Procurado pela reportagem, o Fluminense não explicou a razão para o não cumprimento do prazo estabelecido para a divulgação das demonstrações financeiras do exercício de 2017.
 
Nos números de 2017, a se destacar o crescimento do rombo nas contas: os tricolores apresentaram um dívida total de R$ 652 milhões. Ao final de 2016, eram pouco mais de R$ 575 milhões.