Cyborg foi ironizada por anos, mas virou sinônimo de volta por cima no UFC

Campeã peso-pena vai lutar contra Amanda Nunes, dona do cinturão peso-galo

Uma das protagonistas do UFC 232, sábado (29), em Los Angeles, a campeã peso-pena Cris Cyborg tem o maior desafio da carreira contra Amanda Nunes, dona do cinturão peso-galo. Fora do octógono, no entanto, ela passou por uma batalha considerável até alcançar o status atual na organização. A curitibana virou um exemplo de volta por cima após anos de ironias recebidas, inclusive de integrantes influentes da franquia e do presidente Dana White.

Se a principal edição do ano está tão badalada, Cyborg também tem papel importante no processo. E isso se tornou uma tônica desde 14 de maio de 2016, quando estreou no UFC com um nocaute avassalador sobre a norte-americana Leslie Smith logo no primeiro round. De lá para cá, a brasileira conquistou fãs e representatividade. São cinco triunfos consecutivos no principal evento de MMA do mundo e duas defesas bem-sucedidas do cinturão peso-pena.

É quase impossível atualmente imaginar um grande evento envolvendo um combate entre mulheres sem a presença de Cyborg, que já foi chamada de "Wanderlei Silva de saia e salto" por Dana White, quando a brasileira ainda nem sequer era atleta da franquia e existia um clamor para que isso acontecesse.

Preconceito

Foram inúmeras piadas durante anos com a lutadora de 33 anos e um cartel de 20 vitórias, uma derrota e uma luta sem resultado. Nada mais do que 17 triunfos foram por nocaute. Números de uma autêntica personalidade do MMA e que acarretaram até em desculpas de um quase sempre fechado Dana White.

"Realmente, nós cometemos alguns erros com a Cris Cyborg. Não foi fácil para ela aqui no UFC. Não ficou feliz com algumas das coisas que foram ditas e feitas. E, para ser honesto, ela está certa. O mínimo que podemos fazer é consertar essa m... toda", disse Dana.

Questionada sobre o fato, a brasileira sustentou que o trabalho no octógono foi o responsável pela mudança de panorama, ainda que muitas pessoas a enxerguem com desconfiança.

"A primeira coisa é que não dei valor ao que falaram para mim. Todas as vezes em que entrava para lutar mostrava o contrário, não respondendo da forma como eles deveriam escutar. Isso fez a diferença. Muitas pessoas me julgaram apenas pelo que estava escrito na mídia. Quando conheceram verdadeiramente, passaram a dar valor ao trabalho", afirmou a campeã.

A diferença de cenário se dá nas declarações atuais de Dana, que virou um entusiasta de Cyborg e vibrou com a luta contra Amanda Nunes. "Já disse há muito tempo que era a luta que precisava acontecer. Essas são as duas lutadoras mais más do mundo, sem dúvida. As melhores em suas divisões", encerrou. Confira card:

UFC 232
29 de dezembro de 2018, em Los Angeles (EUA)

Card principal
Meio-pesado: Jon Jones x Alexander Gustafsson
Pena: Cris Cyborg x Amanda Nunes
Meio-médio: Carlos Condit x Michael Chiesa
Meio-pesado: Ilir Latifi x Corey Anderson
Pena: Chad Mendes x Alex Volkanovski

Card preliminar
Pesado: Andrei Arlovski x Walt Harris
Pena: Cat Zingano x Megan Anderson
Galo: Douglas D'Silva x Petr Yan
Leve: B.J. Penn x Ryan Hall
Galo: Nathaniel Wood x Andre Ewell
Médio: Uriah Hall x Bevon Lewis
Médio: Curtis Millender x Siyar Bahadurzada
Galo: Montel Jackson x Brian Kellehera


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