Com novos movimentos, Arthur Zanetti vai aumentar a dificuldade de sua série

Zanetti vai competir nos Estados Unidos e na Austrália em torneios que não fizeram parte de sua rotina nos anos anteriores

Atual vice-campeão mundial e olímpico, o ginasta Arthur Zanetti decidiu iniciar o ano antes do habitual. Depois de participar de um camping no Rio de Janeiro até o final do mês, juntamente com o restante da seleção brasileira, ele vai competir nos Estados Unidos e na Austrália, em torneios que não fizeram parte de sua rotina nos anos anteriores. Duas razões justificaram a mudança: ele pretende modificar sua série nas argolas e terá pela frente a disputa pela vaga nos Jogos de Tóquio no Mundial de Stuttgart, na Alemanha, em outubro. 

“Este é o ano mais importante do ciclo olímpico para a ginástica”, afirma o campeão olímpico das argolas nos Jogos de Londres, em 2012. “Vamos buscar a vaga para os Jogos de Tóquio no Mundial de Stuttgart”, afirmou ao Estado. 

No dia 5 de fevereiro, ele viaja para Houston, nos Estados Unidos. De lá, o ginasta vai para a Austrália no dia 15 para a etapa de Melbourne da Copa do Mundo. Em seguida, embarca com a seleção para a Alemanha para a disputa da DTB Cup.

Os dois primeiros torneios, que não fizeram parte da programação do atleta nos últimos anos, representam uma forma simbólica de dizer aos concorrentes que o ano já começou. “Melbourne é uma Copa do Mundo nova, que eu nunca fiz. Optei por competir lá para mostrar que já estamos iniciando o ano e estaremos fortes. Será um ano bem importante.” 

Zanetti está treinando novos elementos para aumentar a nota de dificuldade de sua série. Mas faz certo mistério. “Estou treinando, mas não vou mostrar nas primeiras apresentações. Provavelmente no Pan”, diz o ginasta de 28 anos. 

Os Jogos Pan-Americanos de Lima, no mês de julho, serão uma espécie de preparação para o Mundial na Alemanha, o principal torneio da temporada, pois vale vaga para os Jogos de Tóquio. Nove lugares estarão em disputa - China, Japão e Rússia estão classificados. No Rio 2016, o Brasil conseguiu levar uma equipe completa com a ginástica masculina à final olímpica pela primeira vez na sua história. 

O Pan será uma espécie de termômetro. Arthur Zanetti afirma que o time tem de estar bem alinhado, em provavelmente 90% da performance. “Como terminamos em sexto no Mundial de 2018, temos ao menos que manter essa colocação”, afirma o treinador Marcos Goto. “Conquistada a vaga olímpica, iremos buscar o maior número possível de finais e medalhas. Com isso, teremos uma ideia dos atletas que vão brigar por medalhas em 2020”, avalia.

Camping

O primeiro passo da temporada é o período de testes médicos e técnicos para 17 ginastas das categorias adulto e juvenil no Parque Olímpico do Rio. Além dos treinos diários, a programação conta ainda com palestras sobre diferentes temas como o programa de prevenção e combate ao assédio no esporte e a arbitragem. O treino é também um momento de integração entre jovens e adultos. 

“Esse primeiro treino está sendo bem produtivo, com bastante gente. O mais bacana é termos os atletas do juvenil. É importante para eles olharem o treino do adulto, um pouco mais pesado na preparação física”, compara Zanetti.


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