Ceará e Fortaleza buscam alternativas caso o patrocínio da Caixa seja encerrado

Vovô e Leão, que receberam R$ 4 milhões e R$ 3,2 milhões respectivamente em 2018, já negociam com patrocinadores caso a Caixa não patrocine mais os clubes do país

Os clubes do futebol brasileiro já consideram a Caixa como um ex-patrocinador e garantem que estão em busca de alternativas de anunciantes substitutos. O banco estatal patrocinou 25 equipes na temporada passada e injetou nelas R$ 127,8 milhões, o equivalente a cerca de 17,2% do total de R$ 740 milhões investidos em patrocínio no futebol nacional.  E os dois clubes do Estado com o patrocínio, Ceará e Fortaleza, já buscam alternativas, buscando novos parceiros comerciais.

O banco explica que todos os patrocínios para 2019 estão em análise, mas os clubes demonstram não ter expectativa pela renovação.

O presidente do Ceará, Robinson de Castro, declarou que o clube alvinegro, que recebeu R$ 4 milhões no ano passado e teve o contrato encerrado no dia 31 de dezembro, já pensa em outros patrocínios para o Vovô.

"Se acontecer, vai acontecer para todo mundo. Ruim é quando acontece só conosco. Se a regra valer para todo mundo significa que ficou justo o jogo. Então, eu quero esperar. Algumas empresas nos procuraram com relação a patrocínio e independente da Caixa continuar temos condições e lastro para montarmos nossa planilha financeira com novos patrocínios".

O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, disse ter sido surpreendido com a chegada de um comunicado da Caixa com o aviso para não estampar mais a marca no uniforme. O clube campeão da Série B no ano passado havia planejado o orçamento de 2019 com a verba do banco incluída nas contas.

“Eu já trabalho com a possibilidade de outro patrocinador. Acreditávamos na renovação do acordo. Inclusive nosso Conselho Deliberativo aprovou a previsão orçamentária com o dinheiro do patrocínio incluído. A decisão da Caixa vai quebrar nosso planejamento”, afirmou.

O Fortaleza recebeu no ano passado R$ 2,4 milhões pelo patrocínio e mais R$ 800 mil pelo título da Série B. A mesma quantia de premiação foi enviada pela Caixa ao Cruzeiro, pela Copa do Brasil, e ao Athletico-PR, campeão da Copa Sul-Americana.

Assim como o Santos, o Atlético-MG recebeu R$ 10 milhões do banco na última temporada. A diretoria do Galo explicou que já esperava a perda desta receita para 2019. “O clube já vinha trabalhando com a possibilidade da saída da Caixa. Estamos buscando parceiros que possam assumir o patrocínio master”, explicou em nota.

A verba do banco no ano passado também se destinou a dez competições regionais. O valor de R$ 10,9 milhões foi repassado para torneios como Copa Verde, Copa do Nordeste, Campeonato Rondoniense, Sergipano e Piauiense.

Duas equipes vão continuar a ter o patrocínio pelos próximos meses, pois ainda têm contrato em vigor. O Botafogo poderá exibir a marca até fevereiro por um acordo de R$ 10 milhões. Já o Sport terá a marca na camisa até maio. O vínculo entre as partes completará seis meses de duração. O investimento é de R$ 2,8 milhões.