O mundo à espera do grande campeão

França e Croácia decidem, neste domingo (15), às 12h, Copa do Mundo de 2018. Uma final sem precedentes, surpreendente e que vai coroar a equipe mais eficaz da maior competição do planeta

É difícil acreditar que alguém previu uma final de Copa do Mundo entre França e Croácia. Caíram as favoritas Alemanha, Brasil, Argentina, Bélgica, Inglaterra, Portugal, Espanha. Sobraram estes dois times. Representam o melhor futebol do planeta? Provavelmente não. Mas certamente são as equipes mais eficientes, melhor equilibradas e com mais sorte - porquê não dizer? Faz parte do esporte. Futebol é um jogo como vários outros.

E pelo caráter imprevisível do esporte bretão, França e Croácia chegam com boas possibilidades. Equipes diferentes: Les Bleus mais firmes na marcação e espertos nas bolas paradas. Os croatas mais técnicos e mais talentosos no meio-campo.

Se o resultado é difícil de apontar, as consequências de uma conquista de um ou de outro são fáceis de imaginar. Um bicampeonato francês confere justiça a uma talentosa geração e de uma Seleção que rondou com frequência a final de grandes torneios, desde 1998. Foi vice-campeã em 2006, perdendo para a Itália nas penalidades. É a atual vice-campeã da Eurocopa, competição que faturou em 2000. A Copa das Confederações também foi outra marca da seleção pós-98, esta em 2001. O "bi" traz honra a um futebol que se manteve em alto nível desde a inédita conquista de Zinedine Zidane e companhia sobre o Brasil, no traumático 3 a0 no Stad de France.

Se a Croácia vence a Copa do Mundo de 2018, outro universo se abre no planeta do futebol. Entrará num hall reservadíssimo de campeões - apenas oito equipes conseguiram tal feito. Seria, de longe, a maior zebra da história dos mundiais, mesmo o time europeu contando com uma boa geração de atletas, como os meias Luka Modric e Ivan Rakitic.

Um título mundial joga a Croácia em condição superior a outras grandes seleções na história do futebol, como Holanda (vice-campeã em 74, 78 e 2010) e Hungria, vice-campeã na Copa do Mundo de 1954.

Conjecturas que são naturais em meio a grande expectativa da decisão inédita de domingo. Dentro do campo, a grande preocupação das equipes é a condição física dos atletas, tendo em vista as exigentes partidas das semifinais.

Sem estrelismo

Em uma entrevista coletiva recheada de piadas e brincadeiras com os jornalistas, o atacante francês Antoine Griezmann disse não estar nada preocupado com um possível prêmio de melhor do ano da Fifa, principalmente antes de decidir a Copa do Mundo.

"Esta é uma oportunidade de ganhar a Copa do Mundo. Não me importo com a Bola de Ouro". O prêmio citado pelo atacante é concedido pela revista francesa France Football. Até 2016, a honraria tinha chancela da Fifa, que criou no ano passado seu próprio prêmio ao melhor do mundo, o The Best.

Griezmann chegou à Rússia como um dos candidatos a artilheiro da competição, mas fez três gols até agora, sendo dois de pênalti. Ele tem realizado uma função tática a pedido do técnico Didier Deschamps, voltando para marcar e atuando mais como um meia.

"Ele (Deschamps)é muito respeitado? Por quê? Porque ele sabe como ganhar uma Copa do Mundo. Jogamos por ele. Eu fui artilheiro da Eurocopa e perdemos a final. Jogo para o melhor técnico defensivo do mundo, então quando vejo coisas em campo (que merecem ser mencionadas), eu digo", completou .

Jogo da vida

A Croácia está disposta a qualquer coisa para conquistar o inédito título mundial. Destaque do time, o meia Ivan Rakitic deu a dimensão do sonho de seu país e disse que toparia até uma aposentadoria no dia seguinte caso levantasse a taça da Copa do Mundo.

"Se esse é o preço, eu deixo as chuteiras em casa na segunda-feira. Pago qualquer preço para ser campeão no domingo", disse.

Emocionado ao falar da sonhada final, ele contou o desejo que tinha desde novo, quando rechaçou a Suíça, onde nasceu, para defender a Croácia.

Empolgado com o sentimento, Rakitic ainda afirma que boa parte do mundo deve estar ao lado de seu país na final.