Maior dos desafios é a adaptação em grupo

É difícil prever quem corresponderá às expectativas num amplo leque de tantas contratações feitas principalmente por Fortaleza e Ceará. Uma série de fatores exerce forte influência para que o contratado acerte ou não. O primeiro fator é o relacionamento com o treinador. Se houver arranhões, nasce o primeiro passo negativo. Aí dependerá do espírito conciliador de ambos. Outro fator é a adaptação ao grupo. Até mesmo pequenos ranços podem botar tudo a perder. A disparidade de salários pode também levar a nefastas divisões internas, exceto quando houver ídolos excepcionais envolvidos. Geralmente há uma aceitação tácita quanto aos altos salários dos ídolos. Formam uma exceção. Assim, por um ou vários motivos as contratações podem resultar em tremendo fracasso ou não. Dezenas de atletas chegaram ao futebol cearense. Uma leva que inclui alguns estrangeiros. São pensamentos diferentes, costumes diferentes, educação diferente, origens diferentes. Acima de tantas diferenças, o objetivo comum: vencer. Objetivo que exige cedências, compreensão, respeito, interação, dedicação e muito trabalho. Sem isso, o risco de insucesso é grande.

Insucesso

Exemplo de não adaptação aqui foi a de Roger na primeira passagem no Ceará. Mas, logo depois, provou que tinha condições. Adaptou-se ao Botafogo, onde experimentou a melhor fase de sua carreira. Roger pode acertar desta vez. Se derem a ele as condições que ele encontrou no Botafogo, certamente suas chances de acerto agora serão plausíveis.

Exemplo

O maior exemplo de insucesso internacional aconteceu na década de 1960. O famoso brasileiro Didi (Folha-Seca), já campeão mundial pelo Brasil e destaque da Copa de 1958, foi contratado pelo Real Madrid. Não deu certo. Voltou ao futebol brasileiro. Dizem que o motivo teria sido um boicote sofrido em razão de um difícil relacionado com o argentino Di Stéfano, então ídolo do Real.

Cobranças

Os jogadores mais cobrados serão exatamente os que vão substituir Gustavo e Arthur. A pressão forte também pode ser motivo de fracasso. O atleta tem de ter força mental para encarar todo tipo de pressão, fora as questões internas referidas na abertura da coluna.

SABER

Desafio dos estrangeiros que estão chegando: quebrar um duro tabu. É que nenhum estrangeiro anterior, que atuou no futebol cearense, correspondeu. Todos ficaram devendo. Trouxeram até o primo do Lionel Messi, Maxi Biancucchi. Mesmo assim, com toda a fama do parente que brilha no Barcelona, Maxi Biancucchi não se deu bem.

O Ferroviário ainda depende muito dos gols de Edson Cariús. Quando o gol dele não acontece, geralmente o Ferrão tropeça. Foi assim no Domingão no empate (1 x 1) diante do Horizonte. O Tubarão ficou no gol de Janeudo. No lugar de três pontos, faturou apenas um, num jogo em que com a vitória assumiria a liderança.