Favorito sem soberba

Em seu discurso após convocação, Tite admite que Brasil é um dos favoritos ao título da Copa do Mundo

Após anunciar a lista de 23 convocados para a Copa do Mundo, o técnico Tite não se fez de rogado e afirmou que o Brasil é um dos favoritos a conquistar o Mundial da Rússia. Na avaliação do treinador, o futebol apresentado pela seleção nos dois últimos anos a coloca como uma das melhores na atualidade.

"Na minha opinião, o Brasil é um dos favoritos, sim. Pelo futebol, pela consistência. É uma equipe agressiva, que faz gol" considerou Tite.

"Não é fingir, ser falso humilde ou arrogante. É encarar uma verdade que está aí", disse.

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Sonho

Tite declarou que a intenção a partir de agora é "fazer o melhor trabalho". "Claro que a equipe vai objetivar o título, mas vai ter que conquistar. O objetivo inicial é desempenho, mas claro que tem o resultado. Agora, ele é sonho".

Ele afirmou também que está preparado para ouvir críticas a sua lista de convocados. Segundo o técnico, as escolhas foram feitas a partir de objetivos e ponderações feitas pela comissão técnica para um determinado estilo de jogo.

"Outros técnicos teriam outras listas. Eu não quero ser consenso. É preciso entender qual é a ideia do técnico. Concordar ou não vai de cada um. Alguém pode dizer 'eu quero um time mais alto, mais forte, por isso ou por aquilo'. Outra pessoa terá outra preferência", argumentou o comandante.

Diferente de outras Copa, desta vez não houve nenhum jogador com apelo nacional para ser convocado. Sobre quem ficou de fora, ele afirmou não saber "qual o nível de justiça" na lista de 23 convocados, mas se disse "em paz". "Conversando ontem com o Edu (Gaspar, coordenador de seleções) a respeito da corrida que ele teve com o doutor Rodrigo, de deixar e ter todos os atletas em segurança e saúde, ele me falou uma coisa que me bateu muito forte: 'Tite, tudo o que conseguimos fazer foi em cima de acompanhamentos e dados'. Isso me dá uma tranquilidade muito grande", comentou.

Motivação

O técnico disse ainda reconhecer que muitas opiniões contrárias sobre a lista irão surgir. "Por vezes a escolha é por um detalhezinho, versatilidade e velocidade", comentou. Tite declarou ainda que já definiu a lista de 12 suplentes. "Vou falar um nome: Dedé, porque ele merece. Todos os problemas de joelho que passou, de ficar fora, de encontrar clube, família, e voltar em alto nível". Quanto à proximidade da Copa, que será o auge de sua passagem pelo comando da Seleção, Tite se mostrou tranquilo e afirmou que "agora segue o trabalho, uma nova etapa, agora é o Mundial, de 3 a 7 jogos, com etapas de preparação, mas essa construção passo a passo continua", finalizou.

Opinião

Mais que uma Seleção, temos um time

O que Tite conseguiu com a Seleção Brasileira é muito raro. Uma convocação com pouco ou quase nenhum questionamento. Um ou outro nome, como o de Fagner ou Cássio, geram alguma discordância de alguns mais céticos, mas, no fundo, todo brasileiro sabe que o melhor que o futebol tupiniquim pode oferecer está aí. E não é só a convocação dos principais atletas. Tite conseguiu reunir os maiores talentos por posição, pelo menos entre os 15 jogadores que terão participação efetiva no Mundial, em um time entrosado, taticamente bem estruturado e que é capaz de encarar de igual para igual as principais potências. Se vai ganhar, não há como afirmar, já que futebol é um jogo, e o fator sorte também entra em campo. Mas é certo dizer que dificilmente haverá vexame.

Gustavo de Negreiros
Editor