De bem com as contas

Ceará é um dos dez clubes da Série A e único do Nordeste com superávit em balanço financeiro de 2017

Legenda: Em bilheteria, o Ceará arrecadou quase 7 milhões de reais em 2017 só na Série B
Foto: FOTO: THIAGO GADELHA

Os clubes brasileiros tinham até o fim da última segunda-feira para publicarem, em seus sites oficiais, os respectivos demonstrativos financeiros referentes ao ano de 2017, já que a lei Pelé prevê desde 2003 a obrigatoriedade da publicação dos balanços. E analisando as demonstrações financeiras dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, o representante cearense, o Ceará Sporting Club foi um dos 10 clubes a estarem no "azul", ou seja, apenas metade dos participantes da elite do futebol brasileiro em 2018 apresentam um superávit.

O Alvinegro cearense apareceu na 8ª colocação entre os clubes de saldo positivo, com R$ 3,1 milhões de superávit, o único do Nordeste no Top 10. No 'grupo' do Vozão estão Flamengo, Palmeiras, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-PR, São Paulo, Chapecoense, Santos e Grêmio, estes dois últimos com um valor inferior ao do Alvinegro cearense. Os outros representantes da Região na Série A, Bahia, Sport e Vitória, estão no 'vermelho'.

Por curiosidade, se o 'ranking' de austeridade financeira fosse critério de classificação, o Alvinegro estaria entre os clubes com vaga na Libertadores da América do ano seguinte.

A colocação alvinegra é um sinal de que os resultados em campo e a austeridade financeira andam juntas. Se dentro das quatro linhas o alvinegro voltou para a 1ª Divisão do futebol nacional e é o atual bi-campeão estadual, fora dela o clube é bem gerido financeiramente, sem dívidas trabalhistas e com dívidas fiscais equacionadas, o que garante uma gestão equilibrada, diferente da turbulência vista em outros clubes brasileiros, possibilitando investir na estrutura física do clube - como a construção de um ginásio poli-esportivo - e pagamento em dia do Centro de Treinamento em Itaitinga, por exemplo. Sobre o CT, o clube já quitou 56 parcelas de 110.010,00, restando apenas 16, que representam um montante de R$ 1,28 milhão.

No azul

E detalhando as contas do Vovô, é possível constatar um salto considerável de superávit em comparação ao ano anterior. Se o clube teve apenas R$ 500 mil de superávicit em 2016, no ano passado o clube arrecadou 6 vezes mais: R$ 3,1 milhões. Dos R$ 31.901.433,25 arrecadados em 2017, chama a atenção as receitas obtidas de patrocínios (R$ 4.390.802,44), bilheteria (R$ 6.761.557,00 só na Série B), Programa de Sócio-Torcedor (R$ 2.017.142,78) e Timemania (R$ 2.868.511,14).

O presidente do Ceará, Robinson de Castro afirmou que o clube precisou de muita responsabilidade financeira, conseguindo bons contratos de patrocínio. "Com a recessão econômica no país, sabíamos que nossa receita de bilheteria e sócios torcedores não seria a que esperávamos, tínhamos que fazer um dever de casa muito grande. Eliminamos despesas, reduzimos custos, melhorarmos eficiência da gestão e potencializamos receitas, principalmente na área comercial, como acordos bem feitos, patrocínios, nos dando margem para investimento ao termos as receitas maiores que as despesas".

Em seguida, o mandatário completou: "Foi um ano de muita disciplina, desde o início, repactuando contratos de jogadores, algumas despesas, investimentos, não criando novas dívidas que é fundamental também, então isso gerou para nós, um superávit", finalizou.

Reforços

O Ceará oficializou ontem a contratação do atacante Éder Luís, ex-Vasco, que estava no RB Brasil. Ele chega por empréstimo e terá contrato até o fim do ano. Em contrapartida, o atacante Roberto deixou o clube.

O Diário do Nordeste publicará na edição desta sexta-feira (4) matéria sobre o balanço financeiro do Fortaleza Esporte Clube