Celebração de um centenário histórico

Por TOM BARROS

A primeira parte aconteceu domingo passado no Castelão: mosaico recorde, vitória sobre o Paysandu e gol que quebrou o jejum de Gustavo. Um espetáculo grandioso, comparável às solenidades de aberturas de Copas do Mundo e aberturas de Olimpíadas. Passou. Agora vem a segunda parte. Amanhã, no mesmo cenário, certamente diante do mesmo público, a continuação de um espetáculo que teima em não ter fim. É como um sonho bom em que o sonhador não quer acordar. Mas aqui o sonho é realidade. Quem acreditaria no que está acontecendo agora, máxime depois de oito anos de Série C? Quem acreditaria que em um ano o Leão estaria de volta à Série A, elite do futebol nacional? E observem que houve oscilações. Houve perda de jogadores importantes. Houve momento de apreensão quando o time passou quatro jogos sem ganhar (perdeu para o Goiás, 3 x 1; empatou com o Figueirense no Castelão, 2 x 2; perdeu para o Criciúma, 2 x 0; e perdeu para o Sampaio Corrêa, 1 x 0). Capítulos que não deram certo, mas corrigidos a tempo. Assim, o jogo de amanhã contra a Ponte poderá ser a celebração da celebração. Penúltimo ato de uma contagem que marcará matematicamente o reingresso do Fortaleza nas glórias da primeira divisão.

Vitória

Mais uma vitória espetacular do Ceará. Desta feita, desabou o Cruzeiro em pleno Mineirão, assim como Flamengo também desabara em pleno Maracanã. Vitória justa, 2 a 0. Vozão perfeito na sua proposta tática. O Cruzeiro fez jogadas de efeito e gerou algumas oportunidades que Everson neutralizou. O Ceará mais eficiente nos contra-ataques por onde ganhou.

Só não fez chover, mas choveu

Arthur marcou os dois gols da vitória. Arthur participou da marcação. Arthur criou lances de ataque. Fez, aconteceu. Só não fez chover, mas choveu. Esqueçam o Arthur triste que perdeu o pênalti contra o Botafogo. O semblante dele ontem traduziu toda expressão de quem queria redimir-se do erro cometido. Redimiu-se. E com sobras. O homem do jogo.

Sistema intransponível

Lisca mais uma fez aplicou o que vem faz muito bem: amarrar o adversário. Mesmo com Juninho e Ricardinho logo de início, manteve a proposta fechada. Nesta parte, um outro gigante: Richardson. Dele o passe para o segundo gol. Dele o desarme eficiente. Vitória de todos, mas, pela ordem, de Arthur, de Richardson, de Everson, em lances capitais.

PÍLULAS

Medalhas e camisas

Motivações referentes ao centenário do clube. Ainda há 20 camisas das cem que o jornalista Sílvio Carlos mandou confeccionar. Já as "Medalhas dos Cem Anos" estão sendo trabalhadas para breve lançamento. Informações (9.9134.1473). Para colecionadores.

Comissão técnica

Há que se destacar no Fortaleza o trabalho que a psicóloga Liana de Castro vem realizado há bastante tempo junto ao grupo de jogadores. Assistência permanente durante toda a semana. Liana é filha do saudoso Gláucio de Castro, que foi craque no futsal e comentarista da TV Diário.