Ceará: mudança de rumo em 15 dias

De time entrosado, com alto aproveitamento de pontos e gols, Ceará vira time previsível e pouco efetivo na Série A

Legenda: O Ceará do técnico Marcelo Chamusca ainda não venceu em três partidas na Série A, empatando uma e perdendo duas, a última em casa para o Flamengo
Foto: Foto: JL Rosa

No dia 8 de abril o Ceará vencia o Fortaleza na final do Campeonato Cearense e se sagrava bi-campeão cearense com méritos. Até aquele momento, o Alvinegro tinha uma equipe organizada, com um padrão de jogo bem definido pelo técnico Marcelo Chamusca, com um alto aproveitamento de pontos - 72% - e gols marcados na em 2018 - 59 gols em 28 partidas (18 vitórias, 6 empates e 4 derrotas), entre Estadual, Copa do Brasil e Copa do Nordeste.

Mas após 3 rodadas da Série A do Campeonato Brasileiro, apenas um ponto conquistado no empate sem gols contra o São Paulo e derrotas categóricas diante de Santos (0x2 fora) e Flamengo (0x3, no último domingo), a pergunta mais comum do torcedor do Ceará é: o que está acontecendo com o futebol do Vovô na Série A?

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Além de enfrentar adversários mais qualificados, que marcam melhor, criam mais e tem mais qualidade no ataque, a equipe do Ceará se desorganizou em campo. Após a derrota para o Santos por 2 a 0 na estreia no Pacaembu, escancarando erros defensivos e pouca efetividade no ataque - apenas um chute à gol - o técnico Marcelo Chamusca entendeu que seria a hora de mudar taticamente a equipe para do 4-5-1 para um 3-5-2, fortalecendo a defesa após a lesão do meia-organizador, Ricardinho.

O que mudou em tão pouco tempo
Com uma peça a menos no meio campo, o Alvinegro perdeu sua característica de toque de bola, criação de jogadas e o ataque criou apenas um duas míseras chances de gol, uma em cada jogo, contra São Paulo e Flamengo. Assim, em 3 jogos, nenhum gol foi marcado e a defesa, mesmo com 3 zagueiros, ficou sobrecarregada, já que o adversário passou a dominar as partidas.

Nas laterais, Arnaldo e Romário, mesmo avançados no 3-5-2, não foram capazes de criar jogadas para Arthur. No meio, Wescley, contra o São Paulo, e Reina, contra o Flamengo, não conseguiram organizar o meio campo, já que não são organizadores como Ricardinho e sim condutores de bola. Sem a criação no meio, Juninho e Richardson tentaram criar, mas sem a efetividade, já que são volantes. Na frente, com Felipe Azevedo em má fase técnica e Arthur isolado, o ataque não conseguiu produzir.

O zagueiro Tiago Alves analisou o momento da equipe. "A gente sabe da dificuldade que é o Brasileiro. Tem dia que nada funciona, não dá certo. A gente sabe que precisa mais, precisa evoluir, fazer mais gols. Só trabalhando que vai fazer isso mudar", disse ele.

Tático

Para a sequência da Série A, já pensando no jogo de domingo, 6, às 11 da manhã contra o atual campeão brasileiro Corinthians, em Itaquera, Chamusca tem a opção de manter o esquema 3-5-2 que deu certo contra o São Paulo, mas não diante do Flamengo, ou retornar ao 4-5-1, já que Ricardinho treinou ontem normalmente no Vovozão, em jogo-treino contra Ferroviário.

"Precisamos ter calma para analisar e corrigir os erros coletivos. Estou tentando utilizar tudo que tenho disponível, tentando recriar a equipe, em mudança de sistema, análise de adversário e treinos durante a semana. E pode ser que eu tenha o Ricardinho e o Rafael Pereira no domingo", analisou Chamusca.


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