'Volatilidade do mercado se manterá'

O superávit primário do setor público consolidado até agosto soma R$ 10,2 bilhões, 10% da meta para 2014

Escrito por Redação ,
Legenda: A cotação da moeda americana deve continuar pressionando os preços nos próximos meses
Foto: Foto: REUTERS

São Paulo Nos últimos anos, o governo tem usado manobras fiscais para tentar cumprir as metas de superávit primário - economia feita para pagamento de juros da dívida -, alimentando críticas e descrenças dos agentes econômicos com a transparência das contas públicas.

Em meio a uma atividade fraca, que afetou a arrecadação, e gastos elevados, o superávit primário do setor público consolidado - governo central, Estados, municípios e estatais - até agosto soma R$ 10,250 bilhões, ou aproximadamente 10 por cento da meta para 2014.

"A questão fiscal é importante porque bate no grau de investimento", disse o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala, em referência à possibilidade do país voltar a ter a sua classificação de crédito rebaixada para grau especulativo pelas agências de rating.

Descrença

Com fama de durona e pouco flexível, Dilma é olhada por boa parte do mercado financeiro com desconfiança quando se fala em possibilidade de mudança na condução da política econômica. "Dilma deveria anunciar logo medidas fiscais e cortes de despesas. Se ela mostrar tudo isso, o mercado vai dar voto de confiança", disse o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. "Mas a probabilidade disso acontecer é muito baixa", completou Alex.

Mas diante da vitória apertada, que sinaliza que uma grande parcela da população não está contente com a atual gestão, há quem vislumbre mudança de rumo. Uma importante fonte da atual equipe econômica disse que, pessoalmente, aposta que a presidente reeleita pode fazer alterações, mesmo que pontuais, envolvendo a política fiscal. "O ano de 2014 termina mais cedo e começa o de 2015", afirmou a fonte. Outra questão que os mercados vão querer ter respondida o mais rápido possível é a nomeação da nova equipe econômica.

Dilma já disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai deixar o cargo a partir de janeiro, e alguns nomes têm sido ventilados, como o do ministro da Casa Civil, Aloisio Mercadante.

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