Usina Cariri inicia os trabalhos de reativação

A antiga Usina Manoel Costa Filho recebeu, ontem, um novo CNPJ. Cerca de 30 pessoas já estão atuando no local

Escrito por Redação ,
Legenda: Inicialmente, haverá um investimento de cerca de R$ 34, 5 milhões, incluindo renovação e recuperação de maquinários
Foto: FOTO: ELIZÂNGELA SANTOS

Barbalha. A Usina Manoel Costa Filho, deste Município, passa a ser oficialmente Usina Cariri, a partir desta segunda-feira. Com novo CNPJ, foi realizada na própria agroindústria, na manhã de ontem, solenidade para formalização da nova empresa e abertura dos trabalhos no local. A reunião contou com a presença de representantes do setor canavieiro do Cariri e instituições agrárias, empresários, além da administração local, agentes financiadores, ex-funcionários e governo do Estado. A previsão de investimentos para os próximos cinco anos no local, é de R$ 176 milhões, e deverão ser gerados, com a reativação do setor, 1.200 empregos diretos, e cerca de 2.500 indiretos.

Há mais de duas semanas, foram iniciados os serviços de limpeza no local e o maquinário começaram a ser recuperados, além e novas máquinas que serão adquiridas. Conforme os engenheiros da usina, inicialmente haverá um investimento de cerca de R$ 34, 5 milhões, incluindo renovação e recuperação de maquinários.

Já estão prestando serviço no local cerca de 30 pessoas e até o final do ano serão 100 trabalhadores contratados. A Usina Manoel Costa Filho, adquirida no ano passado pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), por meio de leilão, por R$ 15,4 milhões, até poucos meses estava sendo negociada com diversos interessados e o grupo atual, formado por empresários de um consórcio de seis empresas, com atuação na Ásia, América Latina e Europa, foi o que mais avançou em termos de negociações, fechando um contrato em regime de comodato, por quatro meses com a Adece, inicialmente.

A assinatura do novo CNPJ ocorreu na sede da própria usina, que desde 2004 se encontra desativada. Junto com o declínio da empresa, houve também uma queda praticamente total do cultivo da cana-de-açúcar na região, com fechamento de quase todos os engenhos, dos poucos que ainda restavam. A expectativa é de que a usina volte a funcionar ainda no ano que vem, provavelmente no segundo semestre, aproveitando a partir de agora as articulações com produtores para iniciar o cultivo da matéria-prima.

Cana-de-açúcar

O engenheiro responsável pela recuperação da agroindústria, Jader Bezerra, da OTS, disse que a preocupação agora é com a cana-de-açúcar, que deve iniciar o cultivo em larga escala em de maio de 2015. Ele ainda ressaltou que até o final do ano serão mais 70 contratações, e que até o final do prazo estabelecido, será apresentada a usina em pleno funcionamento, até no máximo em 2016.

De acordo com o gerente geral da Usina Cariri, o engenheiro Henri Paulo, a mão-de-obra será basicamente de Barbalha e municípios vizinhos. O prefeito de Barbalha, José Leite, destacou a importância da reativação da agroindústria e ressaltou a geração de emprego e renda que será proporcionada na cidade.

O presidente do Instituto Agropolos, Leonildo Peixoto, disse que o principal impacto é do ponto de vista econômico para a região. "O Cariri tem a tradição da cultura canavieira e, essa parceria do Governo do Estado com a iniciativa privada, com empresários que já trabalham com o segmento açucareiro e produção do etanol, é importante para que o segmento gere novas oportunidades no fortalecimento de toda produção local", afirma.

O gerente Operacional da nova usina Cariri, o engenheiro Marco Henrique, disse que será um desafio grande, mas está sendo feito um trabalho de engenharia e que pretende estar com o empreendimento totalmente pronto para teste em maio de 2015, e entrar para moagem oficialmente em 2016. Conforme disse, o principal objetivo desse empreendimento é a geração de empregos. Há um mês que os trabalhos de operação começaram, para delineamento e planejamento.

Relevância

O representante da Adece, Cláudio Filomeno, disse que a atividade canavieira sempre foi importante para o Cariri, e quando a usina estava em atividade, chegou a representar 4% do Produto Interno Bruto de (PIB) no Ceará. Já o diretor comercial da Usina Cariri, Henrique Paulo, destacou a viabilidade do setor.

"Os investimentos serão feitos a partir deste momento e alguns equipamentos serão trocados por equipamento modernos. Isso justifica o investimento de mais de R$ 170 milhões em novas máquinas e tecnologia, caminhões modernos e apoio técnico no campo para os agricultores, para se chegar a um padrão de moagem da nova Usina Cariri", explica.

Elizângela Santos
Colaboradora

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