Unimed Fortaleza prevê faturamento 11% maior

Presidente prevê que cooperativa seguirá investindo com foco em sua rede própria nos próximos anos

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente da Unimed Brasil, Orestes Pulli, foi recebido pelo presidente da Unimed Fortaleza, João Borges, e diretores da cooperativa
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Em meio a uma crise que parece finalmente arrefecer, a Unimed Fortaleza projeta um faturamento de R$ 1,9 bilhão neste ano, o que representa um crescimento de 11% em relação a 2016. A informação foi divulgada ontem pelo presidente da cooperativa, João Borges. Segundo ele, a rede própria da Unimed Fortaleza deve permanecer no foco dos investimentos da cooperativa nos próximos anos, seja com a abertura de novas unidades, seja com o melhoramento e expansão das que já existem.

"Eu acredito que a gente deve fechar beirando os R$ 1,9 bilhão. Isso representa um crescimento de 11% em relação a 2016", destacou Borges. O diretor financeiro da Unimed Fortaleza, Marcos Aragão, ressalta, entretanto, que "se você for olhar o crescimento dos nossos custos é muito parecido, cerca de 11,5%".

João Borges, que está no comando da Unimed Fortaleza desde 2014, irá "passar o bastão" em 2018, ano de eleições na cooperativa. "Na nossa gestão, procuramos investir muito nos nossos recursos próprios. Vimos que a verticalização é uma das saídas para que nós possamos enfrentar as dificuldades. No nosso hospital, acrescentaremos o final da nossa gestão, entre o fim de 2017 início de 2018, de 63 a 64 novos leitos", salientou ele.

"No futuro, a Unimed Fortaleza deve continuar nesse segmento de fortalecimento de sua rede própria. Eu acho que a nossa gestão está terminando, mas a gente acredita que para os próximos quatro anos, com a melhora da economia do País, podemos pensar em investimentos em outras unidades novas", prevê ele.

De março de 2014 a setembro de 2017, a Unimed Fortaleza teve uma baixa de 6,11% em sua carteira de cliente. A crise teve um impacto significativo nesse resultado, mas isso também decorre de uma estratégia da cooperativa de "expurgar carteiras ruis", segundo o diretor financeiro. "Temos montado uma estratégia de perder vidas ruins, que não dão retorno (financeiro) necessário para nós. Também houve perdas por inadimplência e por conta de pais de família que perderam empregos", enumera Marcos Aragão.

Dentro da média

A projeção de crescimento do faturamento da Unimed Fortaleza neste ano segue a média nacional prevista para este ano, de aproximadamente 10%, de acordo com o presidente da Unimed Brasil, Orestes Pulli, que chegou ontem a Fortaleza.

"No Sistema Unimed, em 2016, todas as cooperativas juntas tiveram um faturamento de mais de R$ 64 bilhões. A expectativa nossa é que neste ano cheguemos a R$ 71 bilhões ou R$ 72 bilhões", diz Pulli.

Os gastos, entretanto, estão na contrabalança do que é faturado, devido, sobretudo, à tecnologia "O custo com a saúde ela aumenta muito mais que os índices inflacionários normais, principalmente pela incorporação de novidades tecnológicas que vão surgindo", defende.

Nesse aspecto, o presidente critica a fixação de um teto de reajuste anual proposto pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos de saúde individuais e familiares. Segundo ele, o teto tem sido inferior ao crescimento dos gastos do Sistema Unimed, e isso acaba impactando no preço dos planos para os novos usuários.

"Estamos engessados. Não tem segredo: se você está engessado e precisa de receita, você tem que aumentar o preço de entrada (dos novos planos). Então, quem está entrando está pagando por quem já está nos planos. Essa é uma lógica cruel", salienta ele.

Projeção até outubro

Considerando números até o mês de outubro, a projeção de faturamento da Unimed Fortaleza para este ano é de R$ 1,73 bilhão. Porém, desse montante os gastos previstos com custos assistências (consultas, exames, internações e outros) são da ordem de R$ 1,53 bilhão.

Dessa forma, a estimativa de sobras a ser distribuída entre os sócios (médicos cooperados) é de R$ 5 milhões. O número representa um retorno de 0,58% sobre os investimentos ao final de um ano.

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