Uber mapeará ruas da RMF em 2018 para melhorar precisão

Projeto prevê melhorar precisão do GPS para beneficiar motoristas e passageiros usuários do aplicativo de transporte

Escrito por Levi de Freitas* - Repórter ,
Legenda: Com equipamentos acoplados e próprios para o levantamento de informações, veículo da Uber circulará pelas ruas da Capital cearense para realizar o mapeamento

São Paulo. Com o futuro dos transportes em mente, já vislumbrando o sucesso de suas pesquisas com carros autônomos, a Uber fará, a partir de março de 2018, mapeamento das ruas de Fortaleza e Região Metropolitana (RMF) e de outras cinco capitais e respectivas áreas adjacentes do Nordeste. O trabalho já foi iniciado em São Paulo e Rio de Janeiro e busca melhorar a precisão da localização do GPS, impulsionando, assim, a qualidade da experiência de motoristas e passageiros usuários do aplicativo.

A atualização da precisão da geolocalização servirá, ainda, para guiar os carros autônomos, deixando no ar a possibilidade de, em breve, vermos circulando por aqui os veículos sem motorista. A empresa anunciou a expansão do mapeamento em evento para a imprensa, em São Paulo. Conforme o gerente geral da Uber para o Norte e Nordeste, Michele Biggi, não há previsão para a conclusão dos trabalhos, uma vez que o que é mapeado, vai sendo incorporado ao sistema de navegação do app.

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"Já temos cerca de 16 mil quilômetros mapeados no Rio de Janeiro e em São Paulo, o que gerou cerca de 270 mil terabytes processados. Em março, iniciaremos o processo em Fortaleza, Natal, João Pessoa, Salvador, Maceió e Recife", disse.

O processo será similar ao realizado pela Google. Utilizando equipamentos acoplados a um carro, o veículo irá circular pelas ruas das cidades, realizando o levantamento das informações. Entretanto, diferente da Google, o aplicativo de transporte não fará uso de imagens, mas de informações similares às de um sonar. O equipamento é o mesmo utilizado pela Uber no projeto de desenvolvimento do carro autônomo, executado nos Estados Unidos e que já apresenta resultados positivos.

"Estamos usando um equipamento supertecnológico, incluindo um sensor que é o mesmo que está nos carros autônomos. A tecnologia de mapeamento é fundamental do ponto de vista do usuário, pois você saberá que o motorista ou passageiro vai te encontrar. Se você põe um shopping, qual o ponto de saída? A gente agora vai saber quais os pontos mais fáceis para você começar e terminar uma viagem. Não é um trabalho fotográfico. O que a Google fez foi fotografar. O que a gente precisa é melhorar a experiência do motorista e do usuário. Muito mais GPS do que mapas, algo mais sensorial", explicou Biggi.

O procedimento de mapeamento, conforme a empresa, já vem sendo realizado em outros países como Canadá, Reino Unido e Estados Unidos. O objetivo final é municiar os carros autônomos de informação suficiente para que eles consigam trafegar sozinhos pelas ruas. "Quando a gente introduz carros autônomos, a precisão é fundamental", frisou o gerente geral da Uber.

Testes

Conforme o diretor de comunicação da Uber, Fabio Sabba, a empresa vem realizando testes com o carro que não necessita de motorista nos Estados Unidos. O veículo, segundo explicou, utiliza a tecnologia que o faz "enxergar" as ruas, pedestres, calçadas e demais elementos do trânsito como uma espécie de radar, por meio da emissão e da recepção de ondas. Os veículos possuem sensores com tecnologia a laser e câmeras.

Em Pittsburgh, na Pensilvânia, e Phoenix, no Arizona, ambas nos Estados Unidos, a empresa vem disponibilizando, desde 2016, corridas grátis nos veículos autônomos. As viagens são monitoradas por um engenheiro da empresa, que vai sentado no banco do condutor.

Enquanto trafega, o carro coleta dados de mapeamento e vai aperfeiçoando a compreensão do sistema de direção. Conforme a Uber, a utilização de veículos autônomos compartilhados poderá, no futuro, reduzir a frota de carros particulares nas ruas das cidades em até 90%.

Em estudos também está o projeto de veículos autônomos para o Uber Freight, serviço voltado para o transporte de cargas a longas distâncias existente por hora apenas nos Estados Unidos. Não há prazo para o início das operações, uma vez que isso depende do sucesso do projeto dos veículos autônomos compartilhados. Entretanto, a empresa já vislumbra utilizar os caminhões de entregas em outras regiões do planeta.

Carros autônomos

Questionado se o projeto de utilizar carros autônomos não iria canibalizar o próprio sistema atual, que conta com motoristas humanos para a realização do serviço de transporte, Fabio Sabba disse que a ideia é fazer com que eles funcionem em paralelo.

"Tudo isso será junto com os motoristas que hoje dirigem, terá espaço para os dois serviços coexistirem e não será uma onda que vai chegar do dia para a noite, vai acontecer em fases. Existe, está rolando, e mais cedo do que a gente imagina estará disponível", disse.

*O jornalista viajou a São Paulo a convite da Uber Brasil

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