Total amplia prazo para explorar Bacia do Ceará

A empresa adquiriu licença de exploração em 2013. Desde então, executa estudos geológicos na área

Escrito por Fernanda Cavalli - Repórter ,

A empresa Total E&P do Brasil, que atua em campos de petróleo e gás, ganhará mais 314 dias para explorar a bacia do Ceará. A extensão do prazo foi aprovada durante reunião de diretoria da Agência Nacional de Petróleo (ANP), realizada no último dia 11. A empresa adquiriu licença de exploração do bloco CE-M-661 em 2013, e, desde então, ela está executando estudos geológicos na área, prospectando a potencialidade do local.

A ampliação do prazo, justifica nota da ANP, decorre pelo atraso no processo de licenciamento ambiental para a atividade de pesquisa sísmica, referente ao primeiro período exploratório do Contrato.

O consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, explica que a fase de prospecção é um trabalho que demanda uma série de fatores, desta forma é difícil estimar o tempo de duração desta etapa. "O prazo para a conclusão da prospecção vai depender do resultado do estudo geológico e do próprio aporte que a empresa Total está disposta a investir", esclareceu.

Iughetti conta ainda que após a primeira etapa - de estudo da área - ser concluída, a empresa deverá fazer uma exploração no local, identificando a potencialidade e definindo se haverá investimento da empresa francesa no bloco CE-M-661, situado próximo a costa de Trairi, município cearense.

"Isso pode significar que a (empresa) Total chegue a conclusão que esses poços não tem potencialidade e que não compensa o investimento no local. É uma possibilidade remota. Como também ela pode se tornar a única dona dessa exploração, chegando a conclusão que o local tem potencialidade", argumenta o consultor.

Saída da Petrobras

Iughetti conta que até o ano passado a Petrobras também fazia explorações nesta área da bacia cearense, em busca de petróleo, mas a empresa decidiu entregar os poços que estavam sendo explorados à ANP.

"Faz poucos dias que a Petrobras entregou, cerca de 30 dias. Ela tomou essa decisão porque não atendia a suas expectativas. Na realidade são poços de baixa produção", ressaltou Iughetti destacando que a empresa petrolífera está sendo muito seletiva em seus investimentos, por contenção de caixa. "Mas isso não deverá afetar nas negociações da Total", concluiu.

Área

O bloco CE-M-661 é operado pela Total E&P do Brasil, que detém 45% da participação da concessão, em sociedade com a Queiroz Galvão Exploração e Produção (25%) e Premier Oil (30%), sendo adquirido na 11ª Rodada de Licitações da ANP, ocorrida em maio de 2013.

O Bloco situa-se em águas profundas e o tipo de prospecto que se busca é similar aos resultados nas bacias no Oeste da África, na Guiana Francesa, em Sergipe e Alagoas. Em relação ao conteúdo local, o compromisso é de 37% na fase de exploração e 65% na fase de produção.

dsa

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