TIM aposta em APPs para garantir mercado

Salvador (BA). Identificar as demandas regionais dos usuários que fazem uso de aplicativos (APPs) em smartphones ou tablets será o próximo passo na estratégia de expansão da TIM neste segmento - considerado internacionalmente o de maior potencial para fidelizar clientes -, segundo afirmou o executivo de Serviços de Valor Adicionado (VAS, sigla em inglês) da tele, Fábio Traldi. Hoje, o mercado de APPs é concentrado no Sudeste (49% dos usuários), enquanto o Nordeste tem participação de 21%, seguido do Sul (15%), Norte (8%) e Centro-Oeste (7%).

"Nosso objetivo é entregar o que as pessoas procuram. Então, vamos iniciar agora o trabalho para identificar as necessidades regionais, pois a gente sabe que vai perder espaço se não fizer isso", afirmou Traldi no workshop 'Comportamento da telefonia móvel na era dos aplicativos', realizado pela operadora em Salvador. Ele ainda considera a possibilidade de fechar parcerias com players locais como forma de buscar maior identificação com o cliente.

A confiança na estratégia deve-se muito a expansão da receita em VAS nos últimos dois anos ­- 2013 (73%) e 2014 (35%) -, o que levou a companhia a ostentar R$ 1 bilhão neste segmento. "Nosso dia a dia sofreu alteração recente. Quando criávamos serviço de valor agregado, ninguém pensava em aplicativo. Usávamos SMS, call center... Hoje, primeiro a gente cria o APP e usa os demais como complementares, como suporte, e se necessários. Dentro da TIM, a gente conseguiu mudar isso", afirmou sobre o trabalho responsável pelo salto da tele de terceira para primeira entre as teles no ranking da Mobile Index de marcas que melhor agem na frente mobile.

Usar base de smartphones

Para este ano, a meta é aumentar em 30% os serviços, e Traldi listou como essenciais ao objetivo as novas parcerias, o lançamento contínuo de serviços com funcionalidade mobile, assim como novos modelos e o desenvolvimento de canais digitais.

De acordo com ele, a TIM possui a maior base de smartphones da telefonia móvel brasileira - 53% do total de clientes -, e, desenvolvendo a melhor experiência para estes usuários, ele espera vender mais APPs e fidelizar todos.

"Nós vendemos mais aparelhos que o varejo nacional e somos pioneiros em trazer serviços para dentro de nossos planos", disse. Atualmente, pelo apresentado por Traldi no workshop, a TIM dispõe de 32 APPs desenvolvidos a partir de parceria com outras 55 empresas ou somente pela operadora, o que soma um portfólio de aproximadamente 350 serviços à disposição dos usuários de smartphones ou tablets e garante: "se a gente tiver esta mesma conversa no ano que vem, tenho certeza de que estes números vão ter dobrado".

Quebra de paradigma

Antes considerados rivais das teles, alguns aplicativos tornaram-se aliados das companhias no mercado mobile, segundo afirmou o executivo responsável pelo VAS da TIM Brasil ao citar o Whatsapp. O APP de mensagens/voz/vídeos instantâneos é o de maior uso no Brasil e tem parceria com a tele para oferecer tráfego de dados ilimitado.

"O Whatsapp nos procurou, a gente conversou, vimos um modelo e colocamos no plano pré, e, depois, em todos os nossos planos. Com isso, mostramos que quebramos este paradigma definitivamente, pois ele (Whatsapp) não tem a menor pretensão de quebrar a operadora, pelo contrário", afirmou.

Na análise de Traldi, com o fluxo de voz e SMS diminuindo, para sobreviver, as operadoras devem garantir boas experiências de dados aos usuários e esta é a aposta da TIM.

Opinião do especialista

Tela do aparelho é o espaço nobre na vida do cliente

Tenho que entregar a melhor experiência possível ao usuário, e é natural investir antes no mobile. Esse é o novo entendimento: olha para o consumidor, vê qual a melhor estratégia para entregar a melhor experiência e fazer. Antes, A gente sempre dizia que conteúdo é rei na internet e, agora, eu diria que o contexto é rei no mobile. A tela do gadget é o espaço nobre na vida do cliente e para chegar nela há três passos: estabelecer presença na rede móvel, oferecer ferramentas e promover boas experiências. Afinal, o APP é só o desdobramento de um bom serviço ou uma grande ideia.

Leonardo Xavier
CEO da Pontomobi

Armando de Oliveira Lima*
Repórter

*O jornalista viajou a convite da TIM