Tecnologia é aplicada ao conforto

Empresas japonesas pesquisam soluções para garantir bem-estar a quem mora na casa que fabricam

Escrito por Redação ,
Legenda: Construtores cearenses visitaram diversas cidades do Japão em busca de ideias para aplicar no setor
Foto: Foto: Egídio Serpa

Osaka (Japão). Para muito além de apenas, literalmente, fabricar casas, a nova construção civil, criada e em pleno desenvolvimento pela inteligência e tecnologia japonesas e no início de um processo de expansão que poderá chegar ao Brasil via Ceará, alcançou, mais rapidamente do que se imaginava, o estado da arte: suas empresas estão agora dedicadas a criar soluções para melhorar o conforto e o bem estar de quem mora nas casas que fabricam.

O melhor exemplo dessa revolução tecnológica foi testemunhado pelos empresários e executivos cearenses da Missão da Coopercon que, na semana passada, visitou várias cidades do Japão em busca de novas tecnologias. Na Sekisui House, maior empresa japonesa dessa nova indústria da construção civil, criou o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento do Conforto Humano. Seu diretor, Kazuhiro Teranish, um engenheiro de 35 anos, não esconde o objetivo de sua organização: levar felicidade aos que já compraram e vão ainda comprar as casas feitas por suas fábricas.

Sustentabilidade

Tudo tem a ver com a sustentabilidade ambiental. "Ao mesmo em que já reduzimos ao mínimo possível a emissão de carbono - o CO2 - o Instituto do Conforto Humano da Sekisui trabalha para a casa ofereça bem-estar aos seus ocupantes sem causar danos ao meio ambiente", explica Teranishi. No Japão de 30 anos atrás, os aparelhos eletrônicos da residência de uma família de quatro pessoas consumia 57 watts de energia elétrica; hoje, consomem apenas 13 watts graças à tecnologia dos televisores, refrigeradores, máquinas de lavar e aparelhos de ar condicionado. A emissão de CO2, que era de 4.5 m³ por dia, foi reduzida hoje a 1 m³. "E tudo com uma vantagem a mais: a energia consumida na casa é gerada por painéis solares instalados no seu telhado", lembra Kazuhiro Teranishi.

Consumo de energia

Ele revela que, em 1990, no Japão, uma casa de área média de 135 m² consumia em energia elétrica e gás natural o equivalente a US$ 2.800 por ano. Graças à Green First Zero - um modelo de casa criado muito recentemente como fruto dos estudos e pesquisas do Instituto de Conforto Humano da Sekisui - esse consumo caiu para apenas US$ 20 dólares por ano. A empresa já fabricou, vendeu e instalou em cidades japonesas mais de 1 mil dessas casas autossustentáveis.

O engenheiro José Albuquerque Neto, da Magis Engenharia, que ouviu atentamente as explicações de Kazuhiro Teranishi, disse ao Diário do Nordeste que acabara de conhecer "uma verdadeira indústria de construção civil". Para ele, tudo o que a Missão Coopercon viu no Japão é uma revolução tecnológica que, respeitando as características e peculiaridades de cada País, será estendida ao resto do mundo. "Eu nunca havia visto uma fábrica de casas. E menos uma fábrica com linha de montagem e usando robôs, como na indústria automobilística. É algo extraordinário e desafiador", disse ele.

Egídio Serpa
Colunista

O jornalista viajou a convite da Coopercon-CE

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