Tarifa de água bruta sofre aumento de 18,5%

Insumo é fornecido aos setores industrial, de irrigação, piscicultura, carcinicultura e abastecimento público

Escrito por Redação ,
Legenda: O presidente da Cogerh enfatizou a necessidade do uso consciente de água, afirmando que o governo empreende esforços neste intuito
Foto: FOTO: HONÓRIO BARBOSA

Afetado como qualquer outro Estado com a atual situação econômica do País, o Ceará deve sofrer mais a partir de julho com a seca que se agrava. Há três anos sem reajuste - praticamente o mesmo tempo que a estiagem aflige os produtores cearenses -, a tarifa administrada pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado (Cogerh) por conta do fornecimento de água bruta será reajustada em 18,5% a partir deste mês, segundo definiu o governador Camilo Santana em decreto publicado no Diário Oficial do Estado. O insumo é comercializado para indústria, piscicultura, carcinicultura, irrigação e também abastecimento público, e trata-se da água armazenada nos reservatórios.

"Este percentual foi baseado na inflação medida para os últimos três anos. Nós levamos ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos, que é formado por representantes de diversos setores produtivos, e houve um entendimento a favor, vide o momento de seca, vendo a necessidade do reajuste", explicou o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, afirmando ainda que todo o arrecadado com a tarifa sequer chega aos cofres do governo, pois "é tudo gasto na manutenção e gestão da água das 12 bacias hidrográficas, com bombeamento de água de um local para outro que precisa, por exemplo".

Poços e uso racional

Farias também enfatizou a necessidade do uso consciente de água no Ceará, afirmando que o governo empreende esforços neste intuito e contou que, hoje, discute com setores produtivos de algumas regiões do Estado para mapear e definir quantos metro cúbicos são necessários para garantir a produção deles.

"Neste quarto anos de seca estamos com mais dificuldades. No Vale do Curu e no Vale do Acaraú, por exemplo, nós só fornecemos abastecimento humano. Onde temos mais condições é no Vale do Jaguaribe", contou, afirmando do protagonismo que a água subterrânea deve adquirir a partir deste ano- vide o término do período de chuvas e o estado dos açudes, com 19,4% da capacidade hídrica total.

Conforme presidente da Cogerh, a meta é perfurar 700 poços profundos nos perímetros urbanos e mais 800 poços profundos nas áreas rurais até o fim de 2015, além de investir em adutoras de rápida montagem.

Os produtores também contarão com reforço no fornecimento a partir da instalação de uma quinta bomba d'água no Castanhão e a recuperação da quarta, que estava danificada. Farias afirmou que o governador tem planos de duplicar a capacidade do Eixão das Águas e busca recursos para as obras.

Confira os valores

Abastecimento público

R$ 124,48/1.000m³

R$ 41,10/1.000m³ (sem adução da Cogerh)

Indústria

R$ 1.868,25/1.000m³

R$ 543,08/1.000m³ (sem adução da Cogerh)

Piscicultura

R$ 3,78/1.000m³

R$ 15,78/1.000m³ (sem adução da Cogerh)

Carcinicultura

R$ 15,78/1.000m³

R$ 3,28/1.000m³ (sem adução da Cogerh)

Irrigação

R$ 9,87/1.000m³ (1.440 a 46.999m³/mês)

R$ 15,79/1.000m³ (consumo a partir de 47.000 m³/mês)

R$ 1,18/1.000m³ (consumo de 1.440 a 18.999m³/mês, sem adução da Cogerh)

R$ 3,54/1.000m³ (consumo a partir de 19.000m³/mês, sem adução da Cogerh)

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