Suspensão deve gerar paralisações

Escrito por Redação ,

A suspensão do reajuste de alguns servidores federais informada na última segunda-feira (22) pelo ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e confirmada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, ontem (23), deve gerar consequências no Ceará - e em todo o Brasil - em alguns setores que não tiveram o cumprimento dos acordos conforme previstos, como paralisação de funcionários dos portos e aeroportos na próxima semana.

Para o vice-presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco - Delegacia Sindical do Ceará), Marcelo Lettieri, esta decisão do governo federal "é um absurdo, pois eles estão descumprindo os contratos e tratando diferente as categorias".

"Foram assinados diversos acordos ainda com a presidente Dilma Rousseff, quando o presidente interino Michel Temer era o vice-presidente. A posição do sindicato é forçar o cumprimento do acordo", afirmou.

Calendário

Lettieri informou que na própria segunda-feira, quando houve a divulgação da suspensão, o Sindifisco realizou uma assembleia com a categoria e decidiu que a partir da próxima segunda-feira (29) haverá uma paralisação, que seguirá até dia 2 de setembro, em portos e aeroportos de todo País.

"Na importação e exportação somente serão liberados produtos perecíveis e animais vivos, o restante dos objetos serão submetidos a operação padrão com 100% de vistoria e análise completa de toda documentação", detalhou sobre as atividades que serão desempenhadas pelos profissionais do Fisco federal.

O vice-presidente do Sindifisco - Delegacia do Ceará ainda previne que, caso não exista uma mudança por parte do Governo Federal neste período que a categoria planeja a paralisação, já foi aprovada um comando de mobilização nacional a partir de 3 de setembro.

De acordo com a declaração do ministro Padilha, não haverá exceções na decisão do governo de suspender propostas de reajuste salarial dos servidores federais e que ela vale até o fim da votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, previsto para começar amanhã (25), no Senado Federal.

Pagamento em dia

A situação é outra para os servidores federais representados pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e para o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Ceará (Sintsef/CE). De acordo com Luis Carlos de Alencar Macêdo, diretor da Condsef e coordenador jurídico do Sintsef, com estas categorias, o reajuste será mantido. Inclusive, ele informou que o aviso já entrou na folha de pagamento de agosto e será pago até setembro.

"Fizemos a greve e arrancamos para setores do poder executivo um reajuste de 10,8% dividido em dois anos e a primeira parcela vem na folha de agosto. É 10,8% em cima da remuneração, que é o todo, no nosso caso está sendo cumprido e já foi publicado no Diário Oficial no dia 29 de julho. Será 5,5% na folha de agosto e 5% na folha de janeiro de 2017, no acumulado da 10,8%", detalha.

Para Macêdo, a maior conquista dos servidores representados por ele foi a sonhada paridade dos trabalhadores que se aposentaram desde 2004 e dos pensionistas em relação a gratificação de desempenho. "Já tem a verba orçada até janeiro de 2019. A gratificação de desempenho será paga em três parcelas sendo quitadas em janeiro 2017, 2018 e 2019", explica.

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