Supermercados: 'situação é crítica'

Escrito por Redação ,
Legenda: Produtos como leite pasteurizado e carnes podem faltar até a próxima segunda-feira (28), devido à greve dos caminhoneiros
Foto: FOTO: LC MOREIRA

Os supermercados do Ceará consideram crítica a situação de desabastecimento gerada pela crise dos combustíveis e paralisação dos caminhoneiros em todo o País. Segundo o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Gerardo Vieira, existem dois cenários mais graves: carne bovina e leite.

"Nós estamos com duas situações bem difíceis. Boa parte dos fornecedores não entrega mais o leite pasteurizado. E dependendo da situação, vai faltar carne bovina até segunda-feira (28) nos estabelecimentos".

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Vieira disse ainda que, em média, os supermercados cearenses recebem até 60 caminhões por dia. "E não estamos recebendo mais nenhum. Estamos muito preocupados com isso", completou o representante.

O dirigente da Acesu também afirmou que não há entrega de feijão, açúcar, farinha, leite em pó e produtos de limpeza. "Os supermercados estão trabalhando com o estoque. O conselho que a gente dá é para as pessoas irem aos supermercados e comprarem produtos mais específicos porque vão faltar".

O presidente da Acesu reiterou que há mercadorias paradas no meio do caminho e que não consegue chegar até os supermercados. "Eu tenho motorista parado com produto em Canindé", ressaltou.

Os prejuízos para o setor são incalculáveis, segundo ele, e não há neste momento condição alguma para dimensionar um número específico.

"Hoje as pessoas ainda estão comprando e não tem como haver prejuízos neste momento, mas à medida que as mercadorias forem faltando nas prateleiras, pode ser que haja sim prejuízo que não tem como a gente calcular agora", ponderou o presidente da Acesu.

De acordo com Vieira, para a situação se normalizar, são necessários no mínimo oito dias. "Porque não é só chegar no supermercado. Tem toda uma cadeia logística. A batata que vem de Minas Gerais vai demorar dias para chegar até o supermercado. É uma situação dramática", acrescentou.

Estabelecimentos

A reportagem percorreu, ontem, alguns supermercados da Capital, durante a tarde e início da noite. Nos estabelecimentos visitados, de variados portes, o cenário era de aparente calmaria e controle da situação.

No Carrefour da Avenida Barão de Studart, no bairro Aldeota, não se via prateleira vazia. Nos carrinhos, os clientes levavam poucas unidades de produtos diversos, sem quantidades para estocar, por exemplo.

Situação idêntica foi vista no Super Lagoa da Rua Doutor Thompson Bulcão, no Luciano Cavalcante. Os clientes, tranquilos, compravam os produtos em poucas unidades. Também não foi notada pela reportagem qualquer prateleira vazia ou falta de produto de primeira necessidade no local.

O Super Portugal, na Avenida José Leon, na Cidade dos Funcionários, também não dava sinais de falta de produto. E os clientes, igualmente, não aparentavam preocupação com a iminente falta de alimentos. O Cometa Supermercados, também na Avenida José Leon, tinha movimentação considerada normal para o dia e horário, mesmo diante das informações de provável desabastecimento no Estado.

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