Supermercados apostam nas porções menores

Alimentos que, antes, não eram fracionados são cada vez mais frequentes nas gôndolas da Capital cearense

Escrito por Redação ,
Legenda: Segundo o vice-presidente da Acesu, o foco nestes tipos de produtos e serviços é decorrente de uma demanda cada vez mais vista na Capital
Foto: FOTO: LC MOREIRA

Quem também tem se adaptado às demandas oriundas dos solteiros são os supermercados de Fortaleza. Antigamente, por exemplo, comprar uma melancia era praticamente inviável para quem morava sozinho, tendo em vista que não daria tempo de consumir a fruta rapidamente e ela acabaria estragando em alguns dias. Atualmente, no entanto, a maioria dos estabelecimentos têm apostado no fracionamento de seus produtos, vendendo frutas fatiadas, itens de padaria menores, entre outros.

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Segundo o vice-presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Nidovando Pinheiro, a aposta nestes tipos de produtos e serviços é decorrente de uma demanda cada vez mais observada nos estabelecimentos de Fortaleza. "Temos percebido muitos jovens, que moram sozinhos, indo ao supermercado. Não é mais só aquela mãe ou pai de família. Assim, esse público busca produtos em embalagens menores, tanto para pagar menos como também para não estragar o alimento".

Um dos produtos mais procurados pelos solteiros são exatamente as frutas, que muitas vezes precisam ser fracionadas para serem vendidas. "Pessoas que moram sozinhas dificilmente irão comprar uma melancia ou abóbora inteira. Elas pedem para fatiar na hora. A maioria dos supermercados oferece esse serviço porque vale a pena", reforça o vice-presidente da Acesu. Segundo ele, quem também tem observado esta tendência é a própria indústria alimentícia, que vem apostando em pratos prontos congelados, como lasanha, pizza, strogonoff, entre outros.

"Ainda há uma tradição muito grande das pessoas fazerem sua própria comida em casa, mas, com o dia a dia cada vez mais corrido, estes produtos têm ganhado bastante mercado. A procura é muito grande", comenta Nidovando Pinheiro.

Praticidade é a tendência

Para o presidente dos Mercadinhos São Luiz e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Severino Ramalho Neto, o fracionamento de produtos é mais que uma tendência atual, já que é fruto de um relacionamento com os clientes.

"Nossas lojas, por exemplo, são localizadas na parte mais vertical da cidade, onde os apartamentos são menores. Assim, precisamos nos adaptar aos nossos consumidores, oferecendo esses produtos fracionados e outros itens que atendam melhor suas demandas. Praticidade que é a tendência", aponta.

Conforme Severino Neto, além de frutas fatiadas na hora, as lojas também já têm disponibilizado frutas já cortadas e embaladas para os consumidores que desejam levar o produto desta forma. "Outro exemplo é a cápsula de café, que tem crescido bastante no mercado. Quem mora sozinho, por exemplo, não vai fazer um litro de café para beber, como era antigamente. Essa pessoa vai utilizar apenas uma cápsula", diz.

O presidente dos Mercadinhos São Luiz lembrou também que, além dos alimentos prontos congelados, também tem crescido a procurar por alimentos feitos na hora, já prontos para comer. "Os supermercados têm apostado nisso, no serviço de padaria e até de restaurantes. É importante saber o que o consumidor está querendo", reforça.

Alerta aos pequenos

A Acesu alerta, porém, que apesar de ser uma tendência, o fracionamento de alimentos frescos, como frutas e verduras, por exemplo, pode trazer prejuízos para os pequenos comerciantes, que não têm o mesmo fluxo dos grandes supermercados e nem sempre conseguem vender a metade que não foi comercializada no momento que o produto foi fatiado e enquanto está adequado para o consumo.

"É um risco, pois as pessoas têm muito esse desejo de comprar o alimento fresco. Assim, se um cliente ver uma melancia cortada, pode achar que aquilo já aconteceu há algum tempo e querer outra. Nesse caso, o comerciante pode acabar no prejuízo", alerta Nidovando Pinheiro.

Ele pontua, porém, que o risco muitas vezes vale à pena, exatamente por conta da crescente demanda das pessoas que vivem sozinhas. (AL)

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