Shoppings do CE devem faturar R$ 5,9 bi no ano

Atualmente, o Ceará conta com 34 empreendimentos em operação. São 4.800 lojas em funcionamento

Escrito por Redação ,
Legenda: O 4º Brasilshop Fortaleza debateu temas como economia, varejo digital, comportamento de consumo, marketing e tendências
Foto: FOTO: FERNANDA SIEBRA

Ainda sem expectativa formal para o balanço de 2015 em relação ao faturamento dos shopping centers do Ceará, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) prevê que a receita seja mantida em R$ 5,9 bilhões, sendo a Capital responsável por 80% desse valor. "A informação que temos dos associados é que espera-se, para este ano, vender o mesmo que em 2014. Se considerado mesmas lojas, o resultado será inferior ao do ano passado em várias redes de varejo", declarou Felipe Bertonha, diretor de marketing da Alshop durante a 4ª Edição do Brasilshop realizado ontem em Fortaleza pela entidade.

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Segundo Bertonha, a perspectiva para este ano é baixa em virtude da análise do comportamento das vendas realizadas ao longo do ano. "Em todas as datas comemorativas os resultados foram menores que em 2014", diz. Para o Natal o cenário é o mesmo. "Deve ser o pior Natal dos últimos oito/dez anos. Isso nos preocupa", declara.

Atualmente, o Ceará conta com 34 empreendimentos em operação. São 4.800 lojas de diferentes segmentos em funcionamento, com geração de 33 mil empregos. Os shoppings apresentam modelos diversificados. Entre eles são 22 tradicionais, cinco temáticos, quatro atacados e três rotativos.

Mercado

O diretor da Alshop considera que, assim como em outros setores da economia, o mercado de shoppings vem sentindo fortemente a crise desde o final do ano passado. "Temos algumas exceções, como no caso dos pet centers", estabelecimento voltados para animais de estimação.

No momento, informa a Alshop, existem menos investidores dispostos a abrir novas marcas. Na análise de Bertonha as pessoas não querem investir. "Para fugir da crise, os varejistas então fazendo ajustes internos nas empresas, revendo seus processos, buscando mais eficiência e cortando custos", afirma.

Inauguração 2016

Na contramão deste contexto está o lançamento do Grand Shopping, em Messejana, agendado para março de 2016. A obra já está 70% concluída, conforme informa o gestor comercial e de projetos do centro de compras, Valmir Costa Júnior.

"Acredito muito no sucesso do empreendimento por conta da localização, falta de outros shoppings nos arredores e pelo projeto", opina.

Cerca de 70% das lojas já estão comercializas. Serão 180 unidades, sendo cinco âncoras e seis megalojas. A parte de entretenimento contará com cinema diferenciado e dez pistas de boliche. O investimento é de pouco mais de R$ 80 milhões, segundo ele. O empreendimento tem foco no público B com grande incidência em C.

"Hoje quem compra em shopping center é o C, que é mais de 50% do nosso público. Mas estamos trazendo molde de qualidade A para atendê-los". A expectativa é faturar, por ano, R$ 240 milhões", diz. O diretor da consultoria Make it Work e especialista em shopping centers, Michel Cutait, destaca que o Ceará acompanha a tendência nacional de regionalização dos empreendimentos, ou seja instalação de novos empreendimentos fora da Capital.

Outra inclinação do mercado é a diversificação dos modelos de shopping, como outlets, atacado, temático, powercenter e streetmalls.

"A diversificação não é só do modelo de shopping, mas do produto que se comercializa também", explica.

Ainda de acordo com Cutait, atualmente o cliente busca comodidade, praticidade, segurança e lazer em um único local.

Debate nacional

A Alshop tem relacionamento direto com os governos Federal, Estaduais e Municipais para buscar melhorias para o setor. O presidente da entidade, Nabil Sahyoun, esteve ontem em Brasília para discutir as pautas do Simpósio Nacional de Varejo em Shopping que vai reunir shopping centers e lojistas em março/abril do ano que vem, em Punta Del Leste, no Uruguai. Na pauta, o varejo para os próximos 10 anos quanto ao aspecto da desburocratização e questões tributárias. Três pilares nortearão o evento: o relacionamento entre o lojista e o shopping; desburocratização do setor e revisão de alguns tributos com os poderes públicos; e a utilização do equipamento shopping center pelas cidades como centro de integração de compras e lazer para comunidade. "Apesar de ser um importante setor da economia em termos de geração de receita, tributos e empregos formais, ele não tem a devida atenção do governo. Poderíamos ter uma atenção um pouco melhor para o setor do varejo em shopping", informa.

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