Setor têxtil do CE faturou R$ 8,6 bilhões em 2014

A concorrência com produtos chineses é apontada como a maior causa para a queda das exportações cearenses

Escrito por Redação ,
Legenda: De janeiro a dezembro de 2014, as exportações cearenses somaram US$ 39,54 milhões - 37,2% a menos do que o exportado no ano de 2013
Foto: Foto: SILVANA TARELHO

São Paulo/Fortaleza. O faturamento do setor têxtil, no Ceará, somou R$ 8,6 bilhões em 2014, representando 6,6% dos R$ 130,2 bilhões registrados em todo o País. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

De janeiro a dezembro de 2014, as exportações cearenses totalizaram US$ 39,54 milhões - número 37,2% menor do que o exportado em igual período de 2013, US$ 63 milhões. Em relação a 2012, a queda nas vendas ao exterior foi ainda maior, de 50,7%. Por sua vez, as importações apresentaram alta de 17,1%, passando de US$ 163,6 milhões, em 2013, para US$ 191,6 milhões no ano seguinte.

Para a superintendente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Ceará (Sinditêxtil-CE), Kelly Whitehurst, o principal motivo para o aumento das importações e queda das exportações é a concorrência com os produtos chineses. "E não é uma concorrência tecnológica, porque nós temos alta tecnologia. A concorrência é de custo mesmo, porque o 'custo Brasil' nos afeta muito", aponta.

Ajustes

Kelly ressalta que o setor também tem se mostrado apreensivo devido aos ajustes previstos, para este ano, na economia. O setor elétrico, acrescenta, é um das principais preocupações "É importante que também sejam tomadas ações para proteger a indústria", destaca.

Conforme o presidente da Abit, Rafael Cervone, as principais preocupações da entidade se referem ao ajuste fiscal e à crise da água e da energia no País. A intenção do setor, neste momento, é intensificar os investimentos em inovação e produtividade e em acordos comerciais com outros países.

Desonerações

Para Cervone, o ajuste fiscal prometido pela nova equipe econômica, embora aumente a confiança dos investidores, traz o risco de alta da carga tributária e de corte nas desonerações, a exemplo da folha de pagamento. "A desoneração na folha foi muito importante para garantir que o desempenho do setor não fosse pior nesse ano", disse ontem, em entrevista coletiva.

Em todo o País, a produção física têxtil caiu 5% em 2014 na comparação com o ano anterior. As importações tiveram alta de 4,8%, enquanto as exportações caíram 6,7%.

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