Rombo nas contas públicas soma R$ 23,8 bilhões

O montante representa 0,79% do Produto Interno Bruto. Em 2015, o superávit primário foi de R$ 16,224 bilhões

Escrito por Redação ,
Legenda: Em 12 meses até junho, o déficit primário é o equivalente a 2,51% do PIB. Porcentual continua a ser o maior da série histórica do Banco Central

Brasília. As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 23,776 bilhões no primeiro semestre deste ano, conforme informou na sexta-feira (29) o Banco Central. A quantia representa 0,79% do Produto Interno Bruto (PIB). Em igual período de 2015, havia superávit primário no valor de R$ 16,224 bilhões ou 0,56% do PIB. No acumulado de janeiro a maio de 2016, o déficit estava em R$ 13,714 bilhões.

O resultado fiscal no acumulado do primeiro semestre foi obtido com um déficit de R$ 33,981 bilhões do Governo Central, equivalente a 1,13% do PIB. Os governos regionais apresentaram um saldo positivo de R$ 11,300 bilhões, 0,37% do PIB. Enquanto os estados tiveram superávit de R$ 10,801 bilhões (0,36% do PIB), os municípios alcançaram resultado positivo de R$ 498 milhões (0,02% do PIB). As empresas estatais registraram um déficit de R$ 1,094 bilhão nos primeiros seis meses deste ano (0,04% do PIB).

Em 12 meses até junho, as contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 151,249 bilhões, o equivalente a 2,51% do PIB. Esse porcentual continua a ser o maior da série histórica do Banco Central iniciada em dezembro de 2001, sendo que em maio ele também estava neste patamar.

No fim de março, o então diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, mudou o seu discurso e informou que o impulso fiscal brasileiro já era expansionista, o que depois passou a constar oficialmente nos documentos da instituição. Ele já deixou o banco, e seu sucessor, Carlos Viana, ainda não fez nenhuma declaração sobre o tema.

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em junho pode ser atribuído praticamente todo ao rombo de R$ 148,726 bilhões do Governo Central (2,47% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 1,690 bilhão (0,03% do PIB) em 12 meses até junho. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 3,450 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 1,760 bilhão.

As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 4,212 bilhões no período.

Déficit recorde

O setor público consolidado formado por União, estados e municípios, registrou déficit primário - receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros - de R$ 10,061 bilhões, em junho.

Esse foi o pior resultado para o mês na série histórica, iniciada em dezembro de 2001. O resultado do mês passou superou o déficit de R$ 9,323 bilhões registrados em junho de 2015.

Juros

Em junho, os gastos com juros nominais ficaram em R$ 22,113 bilhões, contra R$ 26,933 bilhões em igual mês de 2015.

No primeiro semestre deste ano, os gastos chegaram a R$ 173,312 bilhões. Em 12 meses, encerrados em junho, as despesas com juros ficaram em R$ 449,228 bilhões, o que corresponde a 7,45% do PIB.

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