RMF tem 1ª deflação desde agosto de 2014

Alimentos e bebidas tiveram o principal impacto sobre a variação mensal de -0,13% do IPCA-15

Escrito por Redação ,
Legenda: Alguns tipos de feijão registraram aumento na prévia da inflação, a exemplo do carioca, que ficou 15,06% mais caro
Foto: Foto: Alex Pimentel

Fortaleza/Rio. Pela primeira vez em 34 meses, a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) teve deflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de junho, prévia da inflação do mês, variou -0,13%. Agosto de 2014 havia sido até então o último mês com a taxa negativa (-0,02%). O resultado da RMF só não foi melhor que o da região metropolitana de Belo Horizonte (-0,21%) Na outra ponta do ranking, Recife teve a maior inflação mensal do País (0,46%).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou nesta sexta-feira (23) que o principal impacto da redução do IPCA-15 da RMF veio do segmento alimentação e bebidas, que compõe um terço do índice e variou -1,42%.

"A princípio, essa notícia de deflação é boa. Alimentos e bebidas têm um peso muito grande para aqueles que têm pouca renda. Estamos tendo uma oferta maior de produtos agrícolas", explica o economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Ricardo Eleutério. "O lado negativo é que a recessão, o desemprego e a proporia queda de demanda também explicam o fenômeno de deflação", afirma.

Outros segmentos

O grupo despesas pessoais também registrou queda de preços (-0,17%). Já segmentos como saúde e cuidados pessoais (1,23%), habitação (0,93%), vestuário (0,52%), transporte (0,45%), artigos de residência (0,19%) e educação (0,02%) contrabalancearam a taxa.

Dentre os itens, registraram as maiores quedas mensais na RMF tomate (-10,53%), laranja pêra (-9,2%), feijão fradinho (-8,99%), peixe do tipo cavala (-7,78%) e mamão (-7,08%). Asmaiores alta de preço foram observadas para feijão carioca (15,06%), maracujá (5,65%), passagem aérea (5,48%), alho (4,72%) e bolo ( 4,59%).

Apesar de ter registrado deflação na prévia de junho, a RMF ainda acumula um IPCA-15 de 1,99% neste ano. Nos últimos 12 meses, a taxa observada é de 4,67%, segunda maior dentre as regiões pesquisadas pelo IBGE, atrás apenas da que foi constatada em Recife (4,87%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de maio a 13 de junho de 2017 e comparados com aqueles vigentes de 13 de abril a 15 de maio de 2017

Brasil

Ao contrário da RMF, a média nacional teve alta de 0,16% no índice de junho. Entretanto, essa foi a menor variação para o mês desde junho de 2006, quando o IPCA-15 ficou negativo em 0,15%. Em maio de 2017, o indicador avançou 0,24%.

Com o número de junho, o IPCA-15 nacional acumula aumento de 1,62% no ano A taxa acumulada em 12 meses foi de 3,52%. A variação em 12 meses é a menor desde junho de 2007, quando a alta nessa ótica foi de 3,44%. Em maio, a variação acumulada em 12 meses estava em 3,77%. Já a alta que foi verificada nos seis primeiros meses de 2017 no IPCA-15 é a menor para um primeiro semestre na história do real, moeda implantada no ano de 1994.

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