Restaurantes proibidos de usar carne de 3 frigoríficos

Escrito por Redação ,
Legenda: Hong Kong voltou a permitir a importação, mantendo a restrição para os 21 frigoríficos citados
Foto: Foto: JL Rosa

Brasília/São Paulo. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou ontem (28) a interdição cautelar de todos os produtos fabricados pelos frigoríficos Transmeat, Souza Ramos e Peccin, investigados na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.

Com a interdição, bares, lanchonetes e restaurantes também ficam proibidos de usar as carnes dessas empresas por 90 dias. A medida também reforça a proibição à venda desses produtos no mercado.

Segundo a Anvisa, a medida é tomada de forma preventiva, até que análises laboratoriais sobre a segurança e qualidade desses produtos sejam concluídas - daí o prazo inicial de 90 dias.

Restaurantes que forem flagrados utilizando esses produtos podem ter sanções, como advertências e multa. As penalidades variam conforme a infração. Os valores das multas não foram especificados.

A interdição da venda e uso dos produtos ocorre quatro dias após a Secretaria Nacional do Consumidor determinar que os frigoríficos Transmeat, Souza Ramos e Peccin fizessem um recall de todas as carnes vendidas por eles que estejam no mercado, "com o devido reembolso ao consumidor".

O recolhimento foi definido após uma força-tarefa do Ministério da Agricultura para fiscalizar 21 estabelecimentos citados na Operação Carne Fraca. Os três já haviam sido interditados pelo Ministério da Agricultura.

Entretanto, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, suspendeu por dez dias o recall dos produtos dos frigoríficos Transmeat e Souza Ramos, acatando pedido das empresas. Representantes dos frigoríficos se reuniram ontem com técnicos da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que determinou o recall na sexta (24).

União Europeia

A União Europeia quer informações mais detalhadas das autoridades brasileiras sobre a Operação Carne Fraca, além de garantias de que a carne e seus derivados exportados não representam ameaça à saúde.

Na manhã de ontem, em encontro com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, o comissário para Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia, Vytenis Andriukaitis, informou que parte dos 27 países-membros do bloco europeu cobra uma atitude mais dura em relação ao Brasil.

"Ele (Andriukaitis) me disse que há uma pressão muito forte dos países que querem uma atitude mais dura por parte da comunidade europeia", afirmou Maggi. Uma nova reunião foi agendada para esta quinta-feira (30), quando Maggi entregará a Andriukaitis e sua equipe documentos detalhando os progressos das investigações da PF; das inspeções e testes laboratoriais feitos pelo próprio ministério.

Enquanto isso, Hong Kong voltou a liberar a importação de carnes brasileiras, informou o Ministério da Agricultura. Desta forma, Hong Kong se alinha a países que suspenderam a restrição a toda a carne nacional, mantendo o embargo apenas aos 21 frigoríficos que já estão proibidos pelo Brasil de exportar.

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