Quixeré pode receber maior planta solar do CE

Chamado de Complexo Fotovoltaico do Apodi, o parque será composto por sete usinas e terá 210MW de capacidade

Escrito por Murilo Viana - Repórter ,
Legenda: Serão 825,3 mil painéis fotovoltaicos de 320 watts-pico cada um, que vão ser implantados em uma área de 825 hectares
Foto: Foto: Kiko Silva

Quixeré deve receber nos próximos anos o maior investimento em energia solar já anunciado no Ceará. Com aporte estimado em R$ 800 milhões, o Complexo Fotovoltáico Apodi deve começar a ser instalado no município do Baixo Jaguaribe em outubro do próximo ano e irá operar no dia 1º de novembro de 2018.

O projeto será composto de sete usinas fotovoltaicas, totalizando 210 megawatts (MW) de potência total instalada. "Todo o complexo terá capacidade para atender a mais de 300 mil residências", destaca o gerente de desenvolvimento de energia da Kroma Comercializadora de Energia, Álvaro Ferreira. A Kroma lidera o Consórcio Apodi, que é responsável pelo empreendimento e também inclui as empresas Êxito Importadora e Exportadora e Rodrigo Pedroso Investimentos e Participações.

Estrutura

Serão 825,3 mil painéis fotovoltaicos de 320 watts-pico (potência máxima que um painel pode fornecer em condições ideais) cada um, que serão implantados em uma área de 825 hectares. A energia produzida será escoada para o sistema de energia elétrica através de uma linha de transmissão de 230 quilovolts (Kv), com 215 metros de extensão, a partir da Subestação Elevadora Apodi até a Subestação de Quixeré. O Complexo Apodi está divido em duas etapas.

A primeira delas, correspondente à potência de 120 MW, foi contratada em leilão de energia de reserva realizado no ano passado. O consórcio espera adquirir os 90 MW restantes em leilão que será realizado em dezembro deste ano.

Escolha do município

Dois fatores foram definitivos na escolha do município de Quixeré para sediar o investimento. "A radiação solar daqui de Quixeré é uma das melhores do Brasil, é excelente. E o segundo ponto é a conexão com a rede elétrica. O Brasil está passando por muita dificuldade nisso, e Quixeré tem uma conexão muito boa para o escoamento da rede", salienta.

Antes do início das construções, ainda resta desenvolver o projeto do complexo, que será feito pela própria Kroma, e adquirir o licenciamento necessário para o empreendimento junto ao poder público.

A primeira etapa do Complexo Apodi, composta por quatro usinas, representa, juntamente com outras duas centrais geradoras nos municípios de Banabuiú e Massapê, 19,45% da potência total dos empreendimentos de energia solar que já estão contratados, mas ainda não tiveram suas obras iniciadas.

As informações são do Banco de Informações de Geração (BIG), da Agência Nacional de Energia elétrica (Aneel). O BIG também mostra que as seis usinas significam um acréscimo de 180 MW de potência instalada.

A maior parte dos empreendimentos já garantidos, mas ainda sem obras iniciadas, são de geração de energia eólica. Eles totalizam 739,2 MW, ou seja, 79,89% do total.

Poucos investimentos

Apesar de os investimentos em energia solar serem cada vez mais comuns no Ceará, há atualmente apenas uma central geradora solar fotovoltaica em operação no Estado, segundo o BIG. O empreendimento, denominado MPX Tauá, foi a primeira usina de energia solar em escala comercial do Brasil.

Situada em Tauá, a usina possui potência instalada de 1 MW, e representa apenas 0,03% da matriz energética do Ceará, composta em sua maioria por usinas termelétricas (58,97% ou 1953,8 MW) e empreendimentos eólicos (40,84% ou 1353,2 MW). O BIG não possui em seus registros centrais geradoras de energia solar em construção.

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