Proteste orienta suspender o consumo dos produtos

Escrito por Redação ,
Legenda: Para a Proteste, os consumidores devem cortar os itens das 21 empresas envolvidas
Foto: Foto: JL Rosa

Fortaleza/São Paulo. As irregularidades apontadas pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca, que veio à tona na última semana, levaram os consumidores a redobrar a atenção ao levar o item para a mesa. Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a polêmica reforça que os alimentos ultraprocessados, produzidos a partir de carnes, devem ser evitados. A Proteste Associação de Consumidores recomenda aos consumidores não comprar os produtos de nenhuma das 21 empresas envolvidas.

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A nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto, avalia que é difícil identificar a origem da matéria prima para a fabricação de produtos como salsichas, linguiças, nuggets, hambúrgueres e outros alimentos com alto nível de processamento. "Dessa forma, a utilização de carne podre e estragada, papelão e pedaços de cabeça em frango, salsicha e linguiça, como identificados pela Operação Carne Fraca, ficam mascaradas por conta do nível de processamento do produto e a inclusão de aditivos alimentares como corantes, aromatizantes e realçadores de sabor".

O Idec recomenda que o consumidor priorize alimentos in natura, ou minimamente processados e não embalados, e evite alimentos ultraprocessados, seguindo as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira. "A partir da compra de carnes frescas, o consumidor é capaz de identificar se o produto está adequado para o consumo ou não, considerando as seguintes características: coloração avermelhada, textura não pegajosa e lisa, e a ausência de mau-cheiro", finaliza Ana Paula.

Já a Proteste indica que os consumidores devem cortar o consumo dos produtos das marcas nas quais foram apontados os problemas. Segundo a advogada e representante da Proteste, Sônia Amaro, diante das denúncias e da gravidade do assunto, o melhor que o consumidor tem a fazer, no momento, é deixar de adquirir produtos dessas empresas. "Não tem como o consumidor, leigo, identificar e se precaver, percebendo alguma irregularidade no produto que contém substâncias para inibir o seu estado", destaca Sônia.

Exportação

Ela frisa que, em uma situação normal, valem as orientações mais convencionais, como verificar odor, aspecto e condições de higiene do local e das pessoas que estão manuseando as carnes. "O próprio governo brasileiro suspendeu a exportação dos produtos das empresas investigadas. A saúde do brasileiro não vale menos".

Apesar da suspensão da licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob investigação na operação da Polícia Federal, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que continuará a permitir a venda das carnes brasileiras no mercado interno. Entretanto, grandes redes de supermercado como o GPA, que abrange o Pão de Açúcar, Extra e Assaí anunciaram ontem (21) a decisão de retirar de suas gôndolas e suspender a compra de produtos das fábricas envolvidas na operação. O Carrefour também retirou os itens de suas lojas.

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