Projeto na Praia Mansa é o 2º destinado ao local

Ontem, o governador Cid Gomes confirmou o interesse do Estado de fazer uma PPP para erguer o equipamento

Escrito por Redação ,
Legenda: Maquete do projeto da Nasser Hissa Arquitetos Associados, vencedor de concurso público realizado em 1999 para servir de marco para a cidade de Fortaleza e que seria executado na Praia Mansa
Foto: FOTO: DIVULGAÇÃO

Em se concretizando, o projeto em elaboração pelo consórcio de cinco empresas, capitaneado pela Andrade Gutierrez, para a construção de um equipamento turístico e cultural na Praia Mansa, orçado em US$ 350 milhões (ou cerca de R$ 800 milhões), conforme o Diário do Nordeste adiantou com exclusividade na edição da última-sexta-feira, 16, será o segundo do gênero a ser posto no papel na esperança de que venha a ser construído.

O primeiro data ainda do segundo mandato do ex-governador Tasso Jereissati, quando em 1999, o escritório de arquitetura Nasser Hissa Associados, dentre cinco participantes, venceu o concurso Ícone de Fortaleza, promovido pela Entidade Fortaleza Atlântica, formada pela Câmara de Diretores Lojistas (CDL), a Secretaria de Turismo do Estado (Setur-CE), o Centro Industrial do Ceará, o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e o Plano Estratégico Fortaleza. O concurso, fazia parte de um projeto mais amplo de urbanização de 23 quilômetros de orla marítima da Capital cearense, divida em três áreas: Rio Ceará Enseada Turística e Parque Ecológico, Centro Histórico e Corredor Turístico Cultural e Porto Turístico do Mucuripe e Praia do Futuro.

A favor

Conforme José Hissa, diretor do escritório detentor da proposta vencedora à época, a ideia, assim como defendida no projeto hora em curso, seria a criação de um espaço cívico e de lazer representativo da cidade. "Entretanto, embora tenhamos saídos vencedores, acho que o projeto não foi adiante, talvez, por falta de vontade política mesmo", fala.

Porém, apesar de não ter conhecimento do conteúdo do projeto atual, é a favor da sua realização. "Qualquer iniciativa que dê uso à Praia Mansa, independente de ser igual à nossa proposta ou não, é importante que se faça", avalia o arquiteto.

Após quase duas décadas de sua elaboração, Hissa não lembra dos detalhes do que foi apresentado pelo escritório, entretanto, segundo a dissertação "Fortaleza: arquitetura e cidade no final do Século XX", de Renata Horn Barbosa, apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em 2006, o complexo seria distribuído em área de 35,8 hectares. Os equipamentos propostos incluiam um símbolo ícone para a cidade - de 174 metros de altura -, museus e um aquário, e também serviços de alimentação e hotelaria. Ainda de acordo com a dissertação, o orçamento á época era de R$ 128 milhões (sem correção para os dias atuais) e já contemplava a possibilidade de uma Parceria Público Privada (PPP), como agora.

Em janeiro de 2013, a Setur-CE retomou a ideia, ao receber o que se chama de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) das empresas interessadas em participar do edital para a construção do Parque da Praia Mansa. A expectativa era de que o edital fosse publicado seis meses após a entrega do PMI. Consórcio formado pelas empresas Marquise e Galvão Engenharia demonstrou interesse, mas desistiu, com a Andrade Gutierrez e mais cinco empresas assumindo o projeto, previsto para ser entregue em junho.

Cid confirma PPP

Ontem, o governador Cid Gomes confirmou o interesse do Estado de fazer uma PPP para construção do equipamento. "Estamos com a ideia de fazer uma PPP, que já está em andamento, mas ainda sem propostas firmes. Abrimos edital manifestação de interesse, teve um grupo que se manifestou. Nós estamos analisando a proposta. Mas isto não quer dizer que esse será o executor. Ele foi o proponente. A partir da proposta é que nós vamos, então, abrir um edital de concorrência pública", disse.

Trade aprova

Conforme matéria veiculada pelo Jornal no último sábado, 17, o Parque Praia Mansa é visto de maneira positiva pelo trade turístico local e por quem acompanha o desenvolvimento da Capital, mas exige articulação entre a gestão e os setores envolvidos na obra, para a execução de um projeto harmônico.

Anchieta Dantas Jr.
Repórter

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