Produção industrial descola após 5 meses

O desempenho positivo de julho foi o melhor resultado desde janeiro, quando a atividade havia aumentado 2,5%

Escrito por Redação ,
Legenda: Sobre fevereiro de 2014, a produção teve queda de 9,1%, 12ª taxa negativa seguida nesse tipo de comparação.

Rio. A produção industrial cresceu 0,7% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço interrompe cinco meses seguidos de resultados negativos na margem, período em que havia acumulado retração de 3,5%.

A alta foi o melhor resultado desde janeiro, quando a atividade havia aumentado 2,5% na comparação com o mês imediatamente anterior. Em relação a julho de 2013, a produção caiu 3,6%. Nesta comparação, sem ajuste, as estimativas de 29 casas variavam desde queda de 5,25% a recuo de 3,00%, com mediana negativa de 3,70%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 2,8%. Já em 12 meses, o recuo é de 1,2%.

Revisão

O IBGE revisou o resultado da produção industrial de maio ante abril, de -0,8% para -0,9%. Também foram revisados os resultados de março (-0,7% para -0,6%). Além disso, a produção de bens de capital mostrou queda de 12,7% em junho ante maio, em vez dos -9,7% apurados inicialmente. Na comparação com igual mês do ano anterior, o IBGE revisou a queda de junho, de -6,9% para -7,1%.

Atividades

Dos 24 ramos pesquisados pelo IBGE, a produção industrial cresceu em 20 no mês de julho em relação a junho. As principais influências positivas vieram de equipamentos de informática e produtos eletrônicos (44,1%) e de veículos automotores, reboques e carrocerias (8,5%).

Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram dos ramos de outros equipamentos de transporte (31,3%), de máquinas e equipamentos (7,0%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (13,1%), de outros produtos químicos (2,4%), de confecção de artigos de vestuário e acessórios (8,6%), de produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,0%), de produtos têxteis (5,9%), de produtos de minerais não-metálicos (2,5%) e de indústrias extrativas (1,1%).

Por outro lado, a produção de alimentos recuou 6,3% em julho ante junho, a principal influência negativa no índice. Ainda teve retração a produção de petróleo, derivados e álcool (-2,6%).

Bens de capital

A produção da indústria de bens de capital cresceu 16,7% em julho sobre junho, enquanto na comparação com julho de 2013 o indicador mostrou queda de 6,4%. No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, houve queda de 7,8%. Já no acumulado em 12 meses, o recuo é de 0,1%. Em relação aos bens de consumo, a pesquisa teve aumento de 7,1% na passagem de junho para julho. Em relação a julho de 2013,, houve recuo de 2,8%. No acumulado do ano, a queda é de 2,0%.

OPINIÃO DO ESPECIALISTA

Setor no Ceará se encontra em melhor situação

No Ceará, não temos uma situação tão complicada quanto a nacional. Começando com o PIB, que no País deve ficar abaixo das estimativas, mas no Estado deve chegar a 3%, resultado que vem sendo observado nos últimos anos. Dentro do setor industrial, o Ceará tem ocupado um espaço diferenciado e deve crescer como um todo, impulsionado principalmente pela construção civil e pela geração de energias renováveis. Esses dois setores devem continuar avançando ao longo do ano e contribuindo positivamente.

Já o crescimento de julho ante junho no País teve como principal causa o número de dias úteis. O mês de junho foi o que mais sofremos neste ano, principalmente por conta dos feriados da Copa do Mundo. Enquanto em julho, tivemos um número menor de feriados. Já estamos tendo um ano ruim e o Mundial veio para deixar ainda pior. Apesar da melhora, esse resultado ainda é insuficiente para reverter as perdas observadas nos meses anteriores. Para o restante do ano, a expectativa é de queda. Acredito que o setor industrial não vai conseguir apresentar crescimento neste ano.

Guilherme Muchale
Ecnomista do Indi

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.