Prévia da inflação em Fortaleza acelera para 0,24%

No País, o IPCA-15 acumulado em 12 meses ficou abaixo de 4% primeira vez em dez anos, segundo o IBGE

Escrito por Redação ,
Legenda: Entre as maiores retrações na Capital, o feijão fradinho lidera, com os preços caindo cerca de 8,54%, de acordo com o IPCA-15
Foto: Foto: Honório Barbosa

Fortaleza/São Paulo. A prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em Fortaleza variou 0,24% em maio, segundo dados divulgados ontem (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril, a inflação avançou 0,07%, o menor resultado desde agosto de 2014.

Entre as maiores altas, os preços dos óculos sem grau subiram 14,93%, seguidos do tomate (12,93%), serviços bancários (12,69%), utensílios diversos (11,69%), goiaba (10,69%) e utensílios e enfeites (9,61%).

Na contramão dos aumentos, o feijão fradinho teve queda de 8,54%, seguida da cenoura (-8,07%), mamão (-8,01%), alimentação fora do lar- lanche (-7,54%), cimento (-7,07%) e móvel infantil (-7,01%).

A Capital teve a quarta maior alta entre as cidades pesquisadas pelo IBGE. No acumulado em 12 meses, Fortaleza apresentou a maior variação do País, 5,31% no período.

Já no acumulado de 2017, a capital cearense teve a terceira maior variação no período, entre os locais pesquisados pelo Instituto, de 2,12%.

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No Brasil

A prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA-15 teve variação de 0,24% em maio, ficando 0,03 ponto percentual acima dos 0,21% registrados em abril. Apesar da alta, o resultado acumulado nos primeiros cinco meses do ano ficou em 1,46%, abaixo dos 4,21% referentes ao período de janeiro a maio de 2016, segundo o IBGE. O IPCA-15 acumulado nos últimos doze meses, caiu para 3,77% pela primeira vez em quase uma década. A variação ficou abaixo dos 4,41% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores e constituindo-se na menor variação acumulada em períodos de 12 meses desde os 3,71% registrados em julho de 2007. Em maio de 2016, a taxa havia sido de 0,86%.

Grupos

Os aumentos foram registrados em Alimentação e bebidas (de -0,08% em março para 0,31% em abril); Vestuário (de -0,02% para 0,44%), Saúde e Cuidados pessoais (de 0,48% para 0,91%). As taxas menores foram vistas em Artigos de residência (de -0,30% para -0,43%); Transportes (de -0,16% para -0,44%); Despesas pessoais (de 0,30% para 0,23%); e Educação (de 0,87% para 0,14%).

Medicamentos

A ligeira alta de maio em relação a abril foi pressionada pelos preços dos remédios, que subiram 2,08% e causaram impacto de 0,07 ponto percentual nos 0,24% do IPCA-15 relativo ao mês, informou o IBGE.

A pressão no preço dos remédios foi consequência do reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, variando entre 1,36% e 4,76%. Isto resultou numa alta de 2,96% em relação aos preços dos medicamentos em abril (alta de 0,86%); e de 2,08% em relação a maio.

Alimentação e saúde

O ritmo de aumento de preços dos alimentos acelerou na passagem de abril para maio. A alta saiu de 0,31% para 0,42% no período. O grupo teve a maior contribuição para o IPCA-15 de maio, o equivalente a 0,11 ponto porcentual para a inflação de 0,24%. As principais altas foram registradas na batata-inglesa (16,08%), tomate (12,09%) e cebola (9,15%). Por outro lado, houve reduções no óleo de soja (-5.81%), açúcar cristal (-3,03%), frutas (-2,73%) e feijão carioca (-2,52). Já o grupo Saúde e Cuidados Pessoais apresentou a mais elevada variação de grupo: passando de 0,91% em abril para 0,84% em maio.

Transportes

As famílias brasileiras gastaram 0,40% menos com Transportes em maio. O resultado foi uma contribuição negativa de 0,07 ponto porcentual para a taxa de 0,24% do IPCA-15 no mês.

O grupo já vinha de uma queda de 0,44% em abril. As passagens aéreas também recuaram, -11,42%, impacto de -0, 04 ponto porcentual. Em maio, os combustíveis passaram a custar 1,12% menos do que custavam em abril, o mais forte impacto negativo no índice do mês, ou -0,06 ponto porcentual. O preço do litro da gasolina ficou 0,85% mais barato, enquanto o preço do etanol caiu 2,48%.

Juntos, passagens aéreas e combustíveis ajudaram a conter o IPCA-15 de maio em -0,10 ponto porcentual.

Com a inflação menor, o BC consegue continuar com seu processo de corte da Selic no final deste mês, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente, mesmo com todas as turbulências políticas. Atualmente, a taxa básica de juros está em 11,25%, após dois cortes de 0,25 ponto percentual, dois de 0,75 ponto e outro de 1 ponto percentual.

O mercado financeiro chegou a apostar na redução de 1,25 ponto agora, porém as denúncias contra Temer levaram o mercado a precificar apostas de redução de 0,75 ponto.

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