Preço do etanol chega a R$ 2,798; alta de 7,7%

O reajuste aplicado por vários postos na Capital é superior ao aumento de 7% anunciado pelas usinas de álcool e açúcar

Escrito por Redação ,
Legenda: Com a nova alta, o preço do litro do etanol é mais um a pressionar a inflação
Foto: FOTO: KLEBER A. GONÇALVES

A exemplo do que ocorreu na semana passada, quando alguns postos de combustíveis de Fortaleza elevaram os preços da gasolina comum, poucas horas após o reajuste anunciado pela Petrobras, agora são os preços do álcool hidratado que já aparecem mais altos nas bombas, antes mesmo de novos estoques do produto chegarem à Capital cearense. No fim da tarde de ontem, o litro do etanol já custava R$ 0,20 mais caro, com preços de até R$ 2,79, em oito de 13 postos visitados pela reportagem do Diário do Nordeste, na zona leste de Fortaleza.

Nesses casos, a alta do litro do combustível foi de 7,7%, sobre os R$ 2,59 por litro cobrados até a última sexta-feira, dia 2 de outubro, do consumidor final, na grande maioria dos estabelecimentos da cidade. Em geral, o aumento aplicado nos postos foi maior do que os 7% anunciados na última quarta-feira (30), pelas usinas paulistas.

'Produto sazonal'

Questionado sobre a alta antecipada nos preços do etanol, o assessor técnico do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, respondeu: "não acompanhei os preços". "O álcool é (produto) sazonal. Todo dia o preço sobe", justificou Costa, explicando que uma carga de etanol, por via terrestre, de caminhão, leva de dois a três dias para sair da usina e chegar aos postos de combustíveis do Ceará.

Ontem, porém, "curiosamente", em nove dos 13 postos pesquisados, os preços do litro da gasolina comum também estavam iguais, em R$ 3,699. Este novo valor representa uma alta de 9,76%, sobre o preço médio de R$ 3,37, praticado na semana passada. O porcentual é mais do que uma vez e meia os 6% anunciados pela Petrobras, na última terça-feira (29).

Óleo diesel

Da mesma forma, os preços do óleo diesel S -10 também apresentavam valores semelhantes, em sete dos 13 postos visitados, em torno de R$ 2,29, por litro. Este valor é resultado de um aumento da ordem de 10,7%, em média, montante também muito superior aos 4% de reajuste aplicados pela petrolífera.

Concorrência

Se o oportunismo neste momento de crise marcou esses últimos aumentos nos preços dos combustíveis, a concorrência tem segurado o valor em estabelecimentos vizinhos. Em três postos situados nas avenidas Barão de Studart e Rui Barbosa, nas proximidades da Avenida Pontes Vieira, os preços da gasolina comum (R$ 3,55), do álcool ( R$ 2,55) e do óleo diesel R$ 2,97, eram exatamente os mesmos.

"É a concorrência. Na hora em que ela subir (os preços), a gente vai junto", revelou um funcionário de um dos estabelecimentos, mas que pediu para não ser identificado. Ele também confirmou que o álcool mais caro ainda não havia chegado e que estava comprando o produto na distribuidora por R$ 2,42, o litro, e a gasolina a R$ 3,15.

Como a nova alta, o etanol deixa de ser a alternativa para o consumidor, diante dos elevados preços da gasolina comum (R$ 3,69) e premium (R$ 3,79). O uso do álcool só é vantajoso quando seu preço for de, no máximo, 70% do da gasolina.

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