Potencial de fonte heliotérmica é analisado na Fiec

A adoção de medidas para a implantação desse tipo de geração no Ceará foi tratada em reunião ontem

Escrito por Bruno Cabral - Repórter ,
Legenda: "O Ceará tem um papel de vanguarda com relação a energias renováveis", disse Marcos Costa, coordenador da GIZ, em palestra realizada nessa segunda-feira na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec)

Além do potencial de geração elétrica, o aproveitamento da luz do sol pode ser útil para indústrias que necessitam de fonte de calor em seus processos de produção. Para discutir oportunidades da chamada energia heliotérmica em solo cearense, o Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) realizou ontem um evento no qual foram abordados o potencial de negócios na área de heliotermia e a adoção de ações para a estruturação dessa tecnologia no Estado.

"O Ceará tem um papel de vanguarda com relação a energias renováveis, então, estamos aqui, trabalhando juntamente com a Fiec para, também com parceiros do governo, da academia e da iniciativa privada, construirmos algo na geração de energia elétrica e de geração de calor para a indústria", disse Marcos Costa, coordenador de componente da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), um dos palestrantes do evento.

Como funciona

Diferentemente das tradicionais usinas de energia solar, cujas placas fotovoltaicas transformam luz em eletricidade, a produção de energia heliotérmica é baseada no armazenamento do calor proveniente dos raios solares que, por sua vez, pode ser utilizado tanto para processos industriais que demandam altas temperaturas como para geração de eletricidade. De modo geral, o calor acumulado com uso de espelhos. Costa avalia que o Ceará dispõe de condições climáticas favoráveis para o uso dessa tecnologia, que poderia ser adotada pelas indústrias de alimentos, têxtil, produtoras de gesso ou toda indústria que tenha demanda de fontes de calor, com temperaturas entre 250º C e 400º C. "O que está dificultando, hoje, a implantação dessa tecnologia é o momento econômico", ele diz.

Uma das vantagens dos sistemas heliotérmicos é a possibilidade de armazenar calor em sais fundidos acima de 280º C, de modo que, mesmo durante a noite, a energia continue sendo produzida. Segundo Costa, a tecnologia ainda é nova no Brasil, e a ideia é estimular pequenos projetos e protótipos para fomentar a tecnologia. "Nós já sabemos que essa é uma tendência natural no Brasil, onde já se começa a aproveitar o insumo solar", afirma.

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