PIB cearense sinaliza expansão de 1,44%

Apesar do resultado positivo, o avanço da atividade econômica do Estado ficou abaixo da média do Nordeste

Escrito por Redação ,

Fortaleza/Brasília. Considerado uma prévia do Produto Interno Bruno (PIB) cearense por analistas de mercado, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central para o Estado (IBC-CE) dessazonalizado avançou 1,44% em 2014, na comparação com o ano anterior. Apesar do resultado positivo, a alta do Ceará ficou abaixo da média do Nordeste, que foi de 3,68%.

De acordo com o IBC-CE, o avanço da atividade econômica cearense não foi maior em 2014 porque no mês de dezembro o ritmo caiu 0,42%, ante novembro. No período, o índice estadual passou de 145,12 pontos para 144,51 pontos. Mesmo assim, na comparação entre o último mês do ano passado e o mesmo período de 2013, a prévia do PIB cearense avançou 0,70%.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Allisson Martins, o resultado positivo do IBC-CE em 2014 está "relacionado diretamente ao crescimento do volume de vendas do comércio varejista e da receita nominal do setor de serviços, superior ao observado em nível nacional. Estes segmentos são aqueles que possuem maior peso na economia do Ceará".

A justifica tem embasamento, já que, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio cearense apresentou, em 2014, elevação de 5,6%, enquanto que em nível nacional registrou 2,2%. No acumulado de 2014 até novembro, a variação da receita nominal de serviços no Ceará apontou crescimento de 7,6%, ante 6,4% no Brasil.

Brasil tem retração

No País, o BC informou que a atividade econômica teve queda de 0,12% em 2014, já descontados os efeitos sazonais, ou seja, as influências que diferentes épocas do ano exercem sobre a economia. Segundo dados brutos, sem o ajuste sazonal, a retração do IBC-Br foi de 0,15%. "A economia cearense continua apresentando resultado superior ao Brasil", ressalta Alisson Martins.

Levando-se em conta dezembro na comparação com novembro, houve recuo de 0,55% no País. Em novembro, o IBC-Br caiu 0,01% no acumulado de 12 meses. Na comparação com outubro, registrou alta de 0,04% e, comparado a novembro de 2013, teve queda de 0,49%.

Projeções ruins

Não bastasse a constatação de que a atividade caminhou sem direção em 2014, as projeções para este ano não estão nada boas. Pesquisa semanal feita pelo BC com agentes econômicos aponta que 2015 será um ano de estagnação, mas já há consenso de que as revisões feitas ultimamente pelas instituições financeiras por causa de possível racionamento de água e luz ainda não foram captadas pela pesquisa. Ou seja, nas próximas semanas, a pesquisa Focus deverá trazer previsões de nova queda do PIB.

As perspectivas para este ano são pouco favoráveis porque, além dessa preocupação com a possível falta de insumos básicos para o setor produtivo, o País passa por um momento de aperto monetário, com alta de juros e consequente restrição do crédito. Além disso, o governo federal já anunciou o aumento de uma série de impostos, que, no fim das contas, tira o poder de compra da população e reduz a demanda por produtos e serviços.

Para a equipe da Rosenberg & Associados, a queda esperada do IBC-Br era mais intensa devido ao comportamento observado na indústria e no comércio em dezembro. "Apesar disso, o número reforça o quadro negativo da atividade econômica em 2014", escreveram os analistas.

Função

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária. Os números do índice constituem uma análise sobre o crescimento, mas no Brasil o órgão que divulga o PIB - soma de todos os bens e riquezas de um país - é o IBGE.

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