Parcela do 13º ajuda a reduzir endividamento

Neste mês, 64% dos consumidores da Capital cearense têm alguma dívida. Em agosto, esse percentual era de 70,3%

Escrito por Redação ,

O primeiro mês do chamado "B-R-O-Bró" - últimos quatro meses do ano - começa com queda do endividamento em Fortaleza, que caiu de 70,3% em agosto para 64% em setembro, segundo a Pesquisa de Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada ontem pela Federação do Comércio do Ceará (Fecomércio-CE). O recuo vem acompanhado por uma melhora na qualidade do crédito, devido à redução da inadimplência potencial, cuja taxa caiu 5,4 pontos percentuais entre agosto, quando estava em 13,4%, e este mês (8%).

A proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso também teve redução, passando de 28,1% em agosto para 23,3% em setembro (diferença de 4,8 pontos percentuais). Para a diretora institucional da Fecomércio-CE, Cláudia Brilhante, o resultado indica que o fortalezense está mais organizado com as finanças.

Ela explica que o consumidor está tentando não adquirir novas dívidas e que as quedas são efeito da parcela do 13º salário. "Muita gente já recebeu a parcela do 13º, então nós estamos realmente percebendo, em setembro, que houve uma quitação de débitos. O fortalezense está se preparando para voltar a consumir neste fim de ano", destaca.

Segundo o levantamento, os problemas financeiros afetam mais aos homens (24,4% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores com idade de 25 a 34 anos (27,1%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (25,1%).

O tempo médio de atraso é de 66 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, citado por 68,8% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento de pagamento devido ao uso dos recursos em outras finalidades, com 22,7%, seguido da contestação da dívida, com 9,8%.

Comprometimento da renda

Apesar das reduções apontarem para um fim de ano melhor em relação a 2015, Cláudia frisa que o comprometimento da renda familiar, taxa que ficou em 37,9% neste mês, ainda preocupa. "O limite com o qual trabalhamos é de comprometimento de 30% da renda familiar, então é uma taxa que está muito acima do limite". O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.506, com prazo médio de sete meses.

O instrumento de crédito mais usado pelos consumidores continua sendo o cartão de crédito, citados por 84,3% dos entrevistados. Em seguida, vêm o financiamento bancário (16,4%), empréstimos pessoais (8,4%) e os carnês e crediários (3,1%).

Para comprometer menos renda, Cláudia orienta ao consumidor reduzir as prestações fixas, não adquirindo novas dívidas. "É importante procurar comprar o que puder à vista para reduzir o comprometimento dessa renda", completa a diretora institucional da Fecomércio-CE.

A alimentação segue liderando entre os itens mais comprados no crédito (57,6%). Em seguida, estão os artigos de vestuário (37,8%), eletroeletrônicos (36,8%) e despesas com educação e saúde (31,2%).

Orçamento familiar

A Pesquisa também revela que 80,4% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos. Outros 12,2% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 7,4% informaram não possuir orçamento ou controle dos gastos.

A falta de orçamento e controle dos gastos (45,4% das respostas) foi enumerada como o principal motivo para o atraso ou inadimplência. As compras por impulso foram mencionadas por 29,9% dos entrevistados e o aumento dos gastos essenciais teve 27,2%. Em seguida, estão outros motivos como a redução dos rendimentos, com 24%; desemprego (15,5%); gastos imprevistos, com 15,4% e compras antecipadas (15,3%).

dsa

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