Para driblar crise, lojas apostam na alta estação

Apesar de ações para melhorar as vendas, diversos lojistas do corredor já anunciam transferência de ponto

Escrito por Redação ,
Legenda: O corredor receberá, no dia 18 de julho, um bazar e um desfile de moda
Foto: Foto: Fabiane de Paula

O período das férias de julho, quando mais turistas são esperados em Fortaleza, é a esperança de muitos lojistas da Avenida Monsenhor Tabosa para que haja um incremento nas vendas. Com evento programado e anúncios de promoções já estampados nas vitrines, os comerciantes esperam alavancar os negócios e minimizar o resultado insatisfatório registrado no primeiro semestre deste ano.

O presidente da Associação dos Lojistas da Monsenhor Tabosa (Almont), Antônio Cruz Gonçalves, explica que a alta estação é a aposta de muitos comerciantes. "Estamos tentando resolver, tentando enfrentar essa crise. A queda do movimento não é normal", ressalta.

Para tentar driblar o atual cenário econômico, Gonçalves afirma que um bazar está sendo preparado para o dia 18 de julho. O evento, que será realizado em parceria com a Prefeitura de Fortaleza e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), contará com um desfile de moda e as lojas ofertarão descontos de até 50%.

Apesar das ações para combater o número de vendas abaixo do esperado, a quantidade de lojas fechadas ou com indicações de "transfere-se este ponto" chamam a atenção de quem passa pela avenida. A turista de Salvador, Jamile Fagundes, conta que ficou surpresa com o número de comércios sem funcionar.

Transferências

Lívia Barreto é uma das comerciantes que possui o aviso de "transfere-se este ponto" na vitrine de seu estabelecimento. A loja, segundo ela, está aberta há dois anos, mas a movimentação atual não é satisfatória. Lívia conta que as vendas estão caindo e, na comparação com o ano passado, a média já é 20% menor. "O comércio piorou em 2015. As vendas estão caindo, por isso, quero transferir esse ponto", diz.

A ideia da proprietária, que possui outras lojas em Fortaleza, é fechar a unidade da Monsenhor Tabosa para poder investir em outra área da cidade. Embora o plano seja mudar de local, enquanto os acordos não se concretizam, a loja segue se programando para fazer promoções e atrair mais consumidores neste mês. "Julho geralmente é bom. Vamos participar do bazar e ofereceremos descontos além do dia previsto", explica.

De olho nos turistas

A vendedora Paula Diniz é outra quem torce para que a alta estação ajude a alavancar as vendas. Na loja na qual trabalha, o aviso de "transfere-se este ponto" divide espaço na vitrine para as promoções anunciadas. A aposta é que, com descontos e pagamentos facilitados, a loja consiga atrair mais turistas e vender bem neste mês de férias.

Paula conta que, desde o começo do ano, a loja de roupas e artesanatos vem sofrendo com a baixa procura. De acordo com ela, a unidade não está gerando lucros, por isso, o aviso de transferência. "O ponto está sendo transferido porque está no vermelho. Antigamente era difícil conseguir um lugar para alugar aqui. Hoje, há várias lojas vagas", destaca.

Apesar dos relatos de dificuldades e estabelecimentos vazios, o presidente da Almont esclarece que esta não é uma situação exclusiva dos lojistas da Monsenhor Tabosa. Segundo Antônio Cruz Gonçalves, diversas lojas estão sendo fechadas em outros pontos da Capital.

"Desde 2013 que o comércio varejista de Fortaleza vem registrando um desempenho insatisfatório. Não tem sido fácil. Todo lugar tem loja fechada. Se você for no Centro, nas avenidas Dom Luís ou Bezerra de Menezes, também verá estabelecimentos sem funcionar. O consumidor não tem dinheiro para gastar e fica acuado", aponta.

Nayana Siebra
Repórter

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