'Para crescer 4% ao ano, Brasil precisa aprovar reformas'

Secretário do Tesouro Nacional também aposta na realização do ajuste fiscal para o País retomar expansão

Escrito por Redação ,
Legenda: O secretário Mansueto Almeida, que é cearense, participou, ontem, de debate com profissionais da área de finanças, em Fortaleza
Foto: Foto: Kléber A. Gonçalves

Visando chegar a um crescimento anual de 3% a 4%, o Brasil precisará fazer ajuste fiscal e aprovar reformas, como a da Previdência. A assertiva é do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. "Para retomar o ritmo de crescimento, é preciso fazer o dever de casa", disse.

Almeida ministrou palestra, na noite de ontem, no hotel Gran Marquise. O evento, promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), reuniu profissionais da área e contou ainda com a mediação do ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB) e professor titular da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcos Holanda, e do economista Raimundo Padilha.

"O que nosso País vai ser no médio prazo, depende de nós, todos os brasileiros. É um País com atividade produtiva bastante diversificada, que tem agricultura pujante, indústria pujante, setor exportador forte, mas que precisa fazer reformas. Se fizer o dever de casa que precisa, que é fazer o ajuste fiscal, mesmo que de forma gradual, inflação baixa, juros baixos, esse País tem tudo para crescer e retomar um ritmo de crescimento acima de 3% ou 4% ao ano, desde que aprove as reformas necessárias, se integre mais ao resto do mundo", asseverou o secretário.

Na palestra, Almeida mostrou que a crise enfrentada nos últimos anos apenas se compara à recessão do início da década de 30, há quase 90 anos. "Nos últimos dois anos, tivemos queda de Produto Interno Bruto (PIB) forte. A última vez havia sido em 1930 e 1931, então, a recessão que o Brasil passou agora, não foi algo normal. O desafio é ter uma consistência de política econômica que nos possibilite crescer de forma consistente, ano após ano. Vários países do mundo se tornaram desenvolvidos sem ter milagre econômico. Simplesmente, por passarem 50 ou 60 anos crescendo de forma consistente. Se você faz políticas corretas, se integra com o resto do mundo, melhora o sistema educacional, incentiva a inovação, tem a meta fiscal, a consequência natural disso é mais crescimento", disse.

Na opinião de Mansueto Almeida, a não aprovação até agora da Reforma da Previdência não pode ser considerada uma derrota do governo de Michel Temer. O secretário crê que, na verdade, tudo foi benéfico por gerar maior debate em torno do tema, até então, renegado.

"Hoje, temos um debate muito forte da necessidade da Reforma da Previdência. Dois anos atrás, no Brasil, não se debatia isso. Então, houve sim um grande amadurecimento, e hoje todos os candidatos a presidente reconhecem que alguma coisa tem que ser feita. Não diria que foi derrota (não ser aprovada). Diria que amadureceu na sociedade brasileira a necessidade de uma reforma. O que se pode discutir é qual reforma vai ser".

Déficit

O secretário elegeu a Emenda Constitucional 95/2016, do Teto dos Gastos, como solução viável para conseguir diminuir o déficit do País.

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