Países com embargo somam 34% das exportações

Escrito por Redação ,

Brasília. Os três países que anunciaram embargo à carne brasileira, juntamente com a União Europeia, respondem por 34,24% das exportações de carne bovina e 20,16% das de frango em 2016. Até agora, China, Chile e Coreia do Sul anunciaram a suspensão da compra de carne brasileira e o bloco europeu suspendeu a compra de 21 estabelecimentos alvos da Operação Carne Fraca da PF.

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De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), as exportações brasileiras de carne bovina congelada, fresca ou refrigerada somaram US$ 4,344 bilhões no ano passado. Principal importador do produto brasileiro, a China respondeu por 16,71% deste total, com gastos de US$ 702,7 milhões. A União Europeia comprou 11,24% do total, com gastos de US$ 488,141 milhões. Em seguida está o Chile, que ocupa a nona posição no ranking de compradores de carne em geral e importou 6,81% do total vendido ao exterior (US$ 296 milhões).

A Coreia do Sul respondeu por apenas 0,01% das exportações de carne bovina, com gastos de US$$ 641 mil. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou ontem que o Brasil suspendeu a licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob investigação na Operação Carne Fraca, mas que continuará a permitir a venda dos produtos dessas fábricas no mercado interno.

"Temos que correr, porque não podemos permitir o fechamento de mercados, ou para reabrir serão muitos anos de trabalho", afirmou o ministro. "Nossa preocupação é não deixar sem resposta todos os pedidos".

De acordo com Maggi, a China tomou a decisão de não permitir o desembaraço de contêineres de carne originária do Brasil. "(Os contêineres) poderão ser descarregados, mas não pode fazer desembaraço, essa carga não pode sair do porto e ir para o consumo", explicou. "Esperamos que com essa conversa consigamos minimizar a situação", disse Maggi.

Suspensão

Em relação à União Europeia, ele afirmou que a decisão foi de suspender as importações das 21 plantas sob suspeita. "Não há nenhuma retaliação por parte dos europeus, só preocupação", esclareceu. Maggi disse ainda que não está claro se o comunicado do Chile sobre o tema, de decidir suspender as importações, foi referente apenas às 21 plantas ou a todo o mercado.

Ele lembrou que a Coreia do Sul suspendeu as importações somente da BR Foods e que a Rússia está "observando o movimento da Comunidade Europeia". "Com a definição da Europa, começamos a clarear mais esse assunto".

Bloqueio longo

Se concretizado, o fechamento de mercados para a carne brasileira por causa das irregularidades encontradas, pode perdurar por anos, disse Maggi. "No caso da vaca louca, a China embargou por três anos", comentou. "Tudo o que estamos fazendo é para evitar esses embargos", explicou o ministro. A estratégia usada para convencer os clientes no exterior é dar todas as informações solicitadas, com toda a transparência. É isso que será feito na discussão que a Organização Mundial do Comércio (OMC) pretende iniciar hoje.

Estados Unidos

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que está ampliando o alcance das fiscalizações de carne bovina importada do Brasil, em decorrência das irregularidades. As autoridades do governo dos Estados Unidos estão testando toda a carne in natura e produtos processados importados do Brasil para identificar a presença de possíveis agentes patogênicos, e realizando exames mais detalhados nesses produtos, de acordo com o USDA.

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