Inflação da RMF sobe 0,28%; 5ª menor do País

Nos quatro primeiros meses do ano, o índice acumula uma alta de 0,85%. Em 12 meses, o avanço é de 1,46%

Escrito por Redação ,

Fortaleza/Rio. Influenciado pelas altas nos preços dentro dos grupos Transportes e Habitação, a inflação oficial de Fortaleza medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,28% na passagem de março para abril. É a segunda aceleração seguida do índice, que registrou variação de 0,23% em março e ficou estável em fevereiro ante janeiro. Os dados foram apresentados, ontem (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A inflação observada na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) é a menor entre as localidades do Nordeste levantadas pelo IBGE e a quinta menor do País. Tiveram variação menos expressiva que Fortaleza em abril as regiões metropolitanas de Belo Horizonte (0,22%); Vitória (0,19%); São Paulo (0,10%) e Curitiba (0,08%). No ano, o IPCA de Fortaleza acumula alta de 0,85% e, nos últimos 12 meses, de 1,46%.

De maneira geral, as altas nos grupos de serviços e produtos Transportes (0,65%); Habitação (0,54%) e Saúde e cuidados pessoais (0,53%) ajudaram a pressionar o índice. Impediram uma aceleração ainda mais intensa do IPCA de Fortaleza em abril as retrações nos grupos Artigos de residência (-0,53%) e Vestuário (-0,10%).

Itens

De forma isolada, as principais altas ficaram por conta da cebola (22,59%), do mamão (9,45%) e das tarifas dos ônibus intermunicipais (6,2%). As deflações mais expressivas foram vistas nas tarifas dos ônibus interestaduais (-11,85%); na uva, com retração de 5,87%, e absorvente higiênico, com queda de 4,17% em abril.

O economista Ricardo Eleutério destaca que a inflação de Fortaleza, assim como a do País, segue em um patamar baixo. "Isso é favorável, por um lado, porque uma inflação menor corrói menos o salário do trabalhador em termos reais, subtrai um pouco menos o poder de compra dos assalariados", diz. Ele explica que, quando a economia está mais aquecida e o consumo fica mais latente, a inflação tende a subir. "A economia segue em processo de recuperação lenta e gradual e uma economia fria, com pouca dinâmica, contribui para uma inflação baixa", detalha Eleutério.

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O economista também detalha que a expressiva alta do dólar em abril pode se manifestar nos próximos meses pressionando os preços dos insumos. "Com o dólar mais caro e o petróleo também mais caro, o combustível também pode sofrer essa pressão e outros insumos que a gente importa, como máquinas e outros equipamentos".

Eleutério acrescenta, entretanto, que a tendência é que a inflação continue abaixo da meta. "De qualquer forma, a previsão é de uma inflação abaixo da meta de 2018, então, a rigor, isso não causa muita preocupação. Na verdade, a inflação tem sido um dos menores problemas da economia", arremata.

Brasil

No País, a inflação medida pelo IBGE ficou em 0,22% em abril, ante um avanço de 0,09% em março. A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 0,92%, menor variação acumulada até abril desde a implantação do Plano Real. Em 12 meses, o IPCA acumulou alta de 2,76%. Os gastos com saúde exerceram a principal pressão na inflação ao consumidor em abril. O grupo Saúde e Cuidados pessoais subiu 0,91% e teve o maior impacto de alta (0,11 ponto porcentual).

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