Expectativa por diversificação de negócios e mais exportação

Empresas brasileiras e colombianas já deram início às negociações no novo contexto de tarifas de importação zeradas

Escrito por Redação ,
Legenda: Fios, tecidos e peças prontas estão entre os produtos mais visados nas negociações comerciais entre Brasil e Colômbia

Medellín. A nova realidade de comercialização de produtos têxteis entre Colômbia e Brasil anima as empresas dos dois países, que, além do crescimento das exportações, projetam iniciar novos negócios. No caso da empresa brasileira Santista, o Acordo de Complementação Econômica 72 abriu novas oportunidades e também trouxe de volta antigos clientes, fazendo com que a companhia projete um crescimento de 16% no mercado colombiano em 2018.

"Temos recebido a visita de clientes que se tornaram inviáveis e que agora estão voltando por conta desse acordo, que zera as tarifas de importação entre os dois países. Então, esse acordo foi um grande passo que o Brasil deu. Para a gente, foi muito importante. Hoje, nós temos um volume de negócios na Colômbia de aproximadamente US$ 7 milhões por ano. A gente projetou um crescimento de 16% neste ano", conta a coordenadora de exportação da Santista, Monica Garcia Diniz.

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As empresas colombianas também vislumbram um cenário mais positivo nas relações comerciais. Há mais de 30 anos no mercado, a Coletex foi uma das pioneiras na Colômbia a comprar tecidos brasileiros, mas o volume foi caindo ao longo do tempo devido ao custo quando comparado a outros mercados. Agora, a empresa volta a olhar para o Brasil com mais atenção. "O Brasil é reconhecido pela inovação, variedade e qualidade dos produtos, mas o custo não estava muito competitivo. Agora, com o acordo, vai ser mais fácil fazer negócios", diz a coordenadora de produtos da Coletex, Manuela Ramirez.

De acordo com a coordenadora de compras da empresa, Daniela Usuga, atualmente, a quantidade que a Coletex compra do Brasil é muito pequena, ficando em torno de 50 mil metros por ano. No entanto, ela diz que a situação deve mudar com o novo acordo. "No momento, os produtos do Brasil não superam 3% das nossas compras, mas há uma expectativa muito alta com o acordo. Já estamos olhando mais os produtos brasileiros. O acordo também passa pela luta contra o contrabando. Esperamos que o acordo ajude a fortalecer o mercado na América do Sul", comenta.

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Representação

Para empresas que já têm negócios significativos e fortes com o Brasil, o acordo também é visto com entusiasmo, abrindo possibilidades de ampliar as áreas de atuação. A Enka, por exemplo, já exporta produtos para o Brasil - sobretudo lonas para pneu, nylon e fios - há cerca de 30 anos, movimentando, hoje, aproximadamente US$ 30 milhões anualmente. Agora, a empresa busca novas possibilidades e está negociando a representação de companhias brasileiras e de seus produtos na Colômbia.

"O Brasil é o nosso primeiro destino de exportação. Podemos dizer que, neste momento, qualquer bicicleta que existe no Brasil tem nosso material. Com o acordo que zera as tarifas nas negociações entre os dois países, há uma oportunidade muito bonita. Isso dá uma vantagem importante em relação a outros países. Creio que vai levar a um aumento das nossas exportações para o Brasil e, do mesmo modo, a uma elevação da entrada de produtos brasileiros na Colômbia", afirma o presidente da Enka, Álvaro Hincapie.

Representação

Ele conta que, além de exportarem produtos para o Brasil, agora estão em contato com companhias brasileiras para serem representantes dessas empresas na Colômbia e comercializarem seus produtos. "É uma oportunidade interessante, pois os produtos que estamos olhando são de muita qualidade. Como temos a tarifa zero, temos também a vantagem do preço. Acredito que as negociações estarão fechadas em dois meses. Nosso enfoque é na parte têxtil", disse, sem informar o nome das empresas brasileiras com as quais estão negociando. 

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