Usinas offshore devem impulsionar produção

Tema será tratado pela primeira vez durante a edição deste ano da All About Energy, que acontece no Ceará

Escrito por Redação ,

Estado pioneiro na geração de energia eólica no País, com a implantação do parque eólico da Praia Mansa, o Ceará tem potencial para sair na frente também na geração offshore, modalidade na qual os parques são instalados no leito do mar. Embora empreendimentos desse tipo já sejam realidade em países da Europa e na China, no Brasil a ideia é buscar uma legislação que permita a realização de projetos piloto capazes de aferir a eficiência energética e a viabilidade desse tipo de geração. O tema será tratado, pela primeira vez, nesta edição do All About Energy.

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O consultor em energia João Mamede Filho, que fará uma apresentação sobre geração offshore no evento, diz que o Brasil apresenta um imenso potencial sobretudo na área que vai do Rio Grande do Norte até o Maranhão, além de uma área em Alagoas, que possuem ventos de alta velocidade e constantes durante todo o ano. "Estamos fazendo uma pesquisa nessas áreas e o aproveitamento é enorme", ele diz. "Mas os custos são enormes também".

Em países como Inglaterra, Dinamarca e Noruega, que se destacam na geração offshore, o segmento só ganhou força quando se esgotaram as áreas em terra para implantação dos parques, o que não é o caso do Brasil, onde ainda há grandes áreas viáveis ainda inexploradas. Segundo Mamede, no entanto, o País precisa começar a se preparar para esse segmento, principalmente pelo grande potencial eólico na plataforma continental.

"A gente não defende que se implante um parque offshore agora, mas é preciso que haja algum incentivo à pesquisa. É preciso começar a tratar do assunto tanto do ponto de vista da legislação como da tecnologia, porque, hoje, o Brasil não tem experiência nenhuma. Então o ideal seria um projeto piloto para trazer essa inovação para baixo do Equador e ver como ela se comporta aqui", diz.

Apesar de apresentar desvantagens como altos custos de instalação e manutenção, a geração offshore oferece vantagens como a possibilidade de implantação de turbinas maiores, já que não há limite de peso para transporte dos componentes, diferente do que ocorre nas instalações em terra.

Recorde

Principal fonte de energia do Nordeste, a geração eólica bateu um recorde no dia 10 de setembro, produzindo 71% de toda energia consumida na Região, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). E no horário de pico, às 9h13 daquele dia, 84% da energia consumida no Nordeste veio de eólicas. De janeiro a julho deste ano, a produção eólica comercial dos empreendimentos conectados do Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 25,3% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Até julho de 2017, as usinas eólicas produziram um total de 3.794 MW médios frente aos 3.029 MW médios gerados no mesmo período de 2016. Ao final de julho deste ano, a CCEE contabilizou um incremento de 19,7% de capacidade instalada, incluindo as usinas que entraram em fase de teste. 

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