Otimismo com projetos para o próximo leilão

Estado deve ser um dos favoritos para receber projetos eólicos e solares no certame do próximo dia 4 de abril

Escrito por Redação ,
Legenda: A maior oferta de linhas de transmissão no Estado contribui para ampliar a competitividade cearense e melhorar a atração de novos investimentos no setor de energia. A expectativa para o próximo leilão é bastante positiva

Após não ter nenhum projeto aprovado no último leilão de energia, realizado em dezembro, a expectativa para o próximo leilão, previsto para o dia 4 de abril, é que o Ceará seja um dos favoritos para receber projetos de parques eólicos e solar. Entre os projetos cadastrados para participar do leilão, o Ceará possui atualmente 1,7 GW de projetos solares, o que corresponde a 8,4% do Brasil, e 3,2 GW de projetos eólicos (cerca de 12,2% do Brasil).

"Com a maior oferta de linhas de transmissão, estamos muito otimistas para este leilão, que deve ser bem diferente do realizado em dezembro", diz Jurandir Picanço, presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará (CSRenováveis-CE) e consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). "As obras das linhas de transmissão ainda não estão prontas, mas deverão ficar prontas até a conclusão dos parques aprovados".

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Nos dois leilões realizados em dezembro pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), nenhum projeto para o Ceará foi aprovado. A explicação, à época, foi a falta de conexão com linhas de transmissão, a baixa demanda por energia devido à menor atividade industrial, como consequência da baixa atividade econômica, e o preço do megawatt (MW) comercializado no leilão, abaixo da média dos certames anteriores.

"Estamos com perspectivas muito boas, com muitos agentes locais investindo em estudos preliminares no Ceará para entrar nesse leilão. Vamos em reuniões e aparecem muitas pessoas com vontade de participar", afirma o consultor João Mamede Filho. Além do leilão de abril, há a expectativa de outro para o segundo semestre.

Preço

De acordo com Mamede, apesar de o Ceará estar mais competitivo para este certame, o aumento da concorrência deve pressionar o preço da energia, tirando atratividade para alguns projetos. "O problema é o preço da energia. Tem muita gente entrando, mas o Ceará foi muito beneficiado porque foram realizados estudos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que facilitaram a conexão de novos parques", diz.

Participação

De acordo com o informativo do núcleo de energia da Fiec, o Ceará vem aumentando gradativamente sua participação no cadastramento de projetos, atingindo 8,4% da potência total de projetos solares cadastrados, e chegando a 12,2% da potência total de projetos eólicos inscritos.

"Existem dois itens de grande relevância para o sucesso do Ceará nos próximos leilões, que são o cadastramento de projetos e a capacidade de escoamento pelas Linhas de Transmissão de Energia", diz o informativo elaborado pela Fiec.

Empregos

Além do impacto econômico das usinas, a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) estima que para cada MW produzido pelos parques eólicos, por exemplo, são gerados, em média, 15 empregos. A associação avalia que o Brasil, que conta hoje com 12,5 GW de capacidade instalada de eólicas, tem potencial para 500 MW.

Para este leilão A-4 (entrega da energia após decorridos quatro anos) foram cadastrados 1.672 projetos no País, totalizando 48,7 GW. Sendo a fonte eólica foi a com maior oferta cadastrada, com 26,2 GW. Os empreendimentos fotovoltaicos também se destacaram, com 20,0 GW cadastrados.

Geração eólica

Em fevereiro, o Brasil atingiu a marca de 13 GWs de capacidade instalada de energia eólica, com 518 parques eólicos e mais de 6.600 aerogeradores operando, segundo a ABEEólica. De acordo com a entidade, em alguns meses setor chegou a abastecer 10% do País e mais de 60% da região Nordeste, gerando energia para cerca de 24 milhões de residências. Os 13 GWs de capacidade instalada de energia eólica representam a geração de mais de 195 mil postos de trabalho desde a implantação, com maior concentração nos últimos oito anos. 

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