Pacote pode liberar R$ 4 bi em microcrédito

O Planalto pediu ainda à equipe econômica que avalie a possibilidade de aumentar o crédito para a agricultura familiar

Escrito por Redação ,
Legenda: A medida foca nos pequenos negócios, de olho na geração de emprego e renda
Foto: Foto: Miguel Portela

Brasília. Na tentativa de ganhar apoio popular que garanta sua continuidade à frente do Palácio do Planalto, o presidente interino, Michel Temer, decidiu ampliar a oferta de microcrédito no País e pode liberar mais de R$ 4 bilhões na economia nacional.

A medida é voltada para micro e pequenas empresas e tem como objetivo gerar efeitos de curto prazo na geração de renda e emprego em um setor responsável por parcela significativa dos postos de trabalho do Brasil.

A equipe econômica de Temer pode elevar de 2% para 3% a fatia dos recursos que os bancos têm de recolher obrigatoriamente ao Banco Central (BC) de seus depósitos à vista, os chamados depósitos compulsórios, para esse crédito.

Banco do Brasil

O peemedebista também acionou o Banco do Brasil para aumentar os financiamento aos pequenos empreendimentos.

A equipe estuda permitir que negócios com faturamento de R$ 360 mil tenham acesso ao crédito, hoje limitado ao teto de R$ 120 mil.

Já na linha de microcrédito, serão oferecidos empréstimos de R$ 5.000 e R$ 6.000 para pequenos empreendedores adquirirem equipamentos em crédito de curto prazo (de três a seis meses), que, depois poderão ser renovados.

O Planalto pediu ainda à equipe econômica que avalie a possibilidade de aumentar o financiamento da agricultura familiar pelo Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), mas a medida tem esbarrado na escassez de recursos orçamentários.

Apoio social

Além da elevação do crédito, o peemedebista orientou os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) a formularem um pacote de iniciativas para estimular a economia.

O objetivo do plano é buscar criar sustentação social caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada definitivamente pelo Senado.

Na tentativa de reaquecer a construção civil, um dos setores mais afetados pela crise econômica, o presidente interino decidiu zerar, até o final do ano, todos os pagamentos de obras em atraso, que atualmente atingem R$ 3 bilhões.

Ele lançará ainda até o fim do próximo mês um programa federal paralelo ao Minha Casa, Minha Vida para a reforma de residências. O foco serão famílias com renda até três salários mínimos, que receberiam subsídios entre R$ 3.000 e R$ 5.000. O governo federal pretende manter o atual patamar de investimentos do Minha Casa e liberar R$ 1,2 bilhão para a construção de 15 mil unidades habitacionais previstas por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Novo PAC

Considerado a principal vitrine eleitoral do governo Dilma, o programa será reformulado. Temer estuda mudar o seu nome e direcioná-lo a obras "estruturantes". Para isso, quer promover um enxugamento radical nos atuais 58 mil projetos do PAC.

No médio prazo, o peemedebista quer lançar um programa mais amplo voltado para a geração de emprego e renda, que ficaria sob o controle do Ministério do Trabalho.

Fazenda e Planejamento já iniciaram uma análise das atuais iniciativas federais com potencial de criação de mais postos de trabalho.

O Ministério do Trabalho deve lançar nas próximas semanas novos programas de qualificação profissional, para tentar inserir desempregados no mercado de trabalho.

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