Temer: reforma trabalhista virá de acordo empresa-trabalhador
Presidente afirma que o "diálogo é a palavra-chave" do governo do PMDB para aprovar reformas trabalhistas e da previdência
Um dia após a Câmara aprovar o projeto que amplia a terceirização no Brasil, o presidente Michel Temer (PMDB) afirmou, nesta quinta-feira (23), apostar em um diálogo entre empresários e trabalhadores para aprovar a reforma trabalhista. "Temos dificuldades, temos. Muitas vezes, precisamos equilibrar as contas públicas. Por isso as reformas e as readequações não podem ficar paralisadas", defendeu.
"Já passamos o teto de gastos, já aprovamos a reforma do ensino médio, que era fundamental. Temos a readequação trabalhista, que será feita por lei ordinária, portanto, talvez, com maior facilidade de aprovação e fruto de um acordo entre empresários, empregadores e empregados", afirmou.
Terceirização e outras reformas
O projeto de terceirização irrestrita foi aprovado na última quarta pelos deputados com um placar de 231 votos a favor da medida, contra 188 votos e 8 abstenções. Além da terceirização, o governo Temer tenta aprovar no Congresso as reformas trabalhistas e da Previdência.
O presidente disse ainda que "diálogo é a palavra-chave" do governo do PMDB.
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Greve geral
Centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), criticam as propostas de reformas e repudiaram a aprovação da lei de terceirização aprovada. Em protesto, convocam uma "greve geral" para o dia 31 de março.
A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho informou, em nota, que o texto aprovado ontem "acarretará para milhões de trabalhadores no Brasil o rebaixamento de salários e de suas condições de trabalho".