Regularização de dívidas enfrenta recuo de 8,72% na comparação anual

O Indicador de Recuperação de Crédito apresentou, conforme dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), um recuou de 8,72% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. O número representa a quarta queda consecutiva e mostra que a recessão econômica tem impactado o orçamento dos consumidores, trazendo como uma das principais consequências a dificuldade para quitar as contas em atraso.

Na comparação com abril de 2015, o número de pessoas inadimplentes que quitaram suas dívidas aumentou 2,36%. Para Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, no entanto, essa variação não representa uma melhora do cenário econômico visto que não compensa as consecutivas quedas do início do ano: "O volume de consumidores inadimplentes acumula uma alta de 4,63% de janeiro a maio de 2015, e as dívidas atrasadas entre 91 e 180 dias são as que tiveram um crescimento maior, o que sugere que novos inadimplentes adquiriram dívidas no período de festas do final do ano passado", afirmou. 

Para Kawauti, a desaceleração econômica atinge diretamente a regularização de dívidas: "A situação atual é de inflação elevada, taxas de juros altas, dificuldade em conseguir crédito e aumento de desemprego", disse ela. "Com tantas incertezas no cenário futuro, agora é hora do consumidor guardar dinheiro para imprevistos e organizar seu orçamento, evitando, assim, contrair novas dívidas e até mesmo ficar inadimplente", completou.