Queda no abastecimento prejudica clientes e feirantes no São Sebastião
Em um dos frigoríficos do Mercado, o estoque de carne bovina só vai até domingo (27)
Sexto dia de paralisações dos caminhoneiros no Brasil e os efeitos destas manifestações alteraram uma boa parte da rotina do cearense. A falta de abastecimento regular nos supermercados começou a ser sentida pelo consumidor. Além da escassez de itens alimentícios, a elevação dos preços é outro entrave para a população.
No Mercado São Sebastião, localizado no centro da Capital, a movimentação de compradores na manhã do sábado (26) foi considerada até normal, segundo alguns permissionários. Entretanto, a reclamação mais comum entre os donos de box é de que caso a greve continue, produtos vão faltar na mesa dos clientes.
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Assíduo frequentador do Mercado, Henrique Soares (52) explica que a melhor opção é circular. A batata-inglesa tem sido o grande vilão da vez no bolso do cearense. "Vim logo hoje para garantir um preço melhor, mas está difícil", argumenta.
Frutas e verduras
Para driblar a falta de produtos, os vendedores recorreram a itens que podem ser adquiridos com produtores locais. Tomate, cenoura, beterraba, banana, mamão, goiaba e manga são alguns dos itens que estão garantindo o abastecimento dos comerciantes. Por sua vez, produtos advindos de fora do Ceará estão reduzidos a zero nas câmaras frigoríficas. "Tá faltando mais as coisas que vêm do Sul, como maçã, pêra, uva importada, laranja, abacaxi e abacate. O que tinha já saiu. Se passar mais três dias de greve praticamente acaba todo o nosso estoque", explica o feirante Leandro Moreira (30).
Entre os produtos advindos de outras regiões do Pais, como cebola, pimentão e cenoura, a batata teve o preço disparado na balança. O quilo da batata-inglesa atingiu o valor de R$ 10 no box onde Leandro trabalha. No setor de frios, o queijo coalho é um dos itens que está sumindo das prateleiras. Para Ester Sobral, responsável por um quiosque direcionado a este alimento, o comércio sente o peso da greve e isso é repassado ao consumidor. 'Percebo o quanto a falta de transporte nos prejudica. No meu caso, o queijo, tem sido uma complicação. Outros produtos ainda consigo aqui por Fortaleza, mas se continuar assim também ficará difícil", explica.
Para Ester, a manhã de sábado foi considerda "fraca", em relação a outros dias. "Além da greve, tem a questão da data. Nssa época do mês, depois do dia 20, é comum uma diminuição no fluxo de clientes. Eles esperam muito pelo início do mês. Amanhã ainda temos produtos à venda, depois disso vai ficar complicado", alerta a feirante.