Produção nacional de aço bruto cai 7,4%

No mês passado, a produção atingiu 2,8 milhões de toneladas

Escrito por Agência Brasil ,

A produção brasileira de aço bruto atingiu, em março, 2,8 milhões de toneladas, com queda de 7,4% em relação a igual mês do ano passado, de acordo com dados divulgados hoje (17) pelo Instituto Aço Brasil (IABr). Já a produção de laminados somou 2,3 milhões de toneladas, com aumento de 0,1% sobre março de 2014.

No acumulado do primeiro trimestre, foram produzidos 8,4 milhões de toneladas de aço bruto e 6,6 milhões de toneladas de laminados. O crescimento observado foi, respectivamente, de 0,7% e 4,4%, em relação aos primeiros três meses de 2014.

As vendas no mercado doméstico atingiram 1,9 milhão de toneladas – quase tudo de aço laminado – em março deste ano, com alta de 1,3% sobre o mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a março, as vendas somaram 5,2 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, dos quais 5,085 milhões de toneladas de laminados. A retração das vendas chegou a 5,3%.

Mesmo enfrentando condições externas desfavoráveis, as exportações nacionais de produtos siderúrgicos somaram 1 milhão de toneladas em março, no valor de US$ 673 milhões, com destaque para as vendas de semiacabados. No trimestre, as exportações acumuladas totalizaram 2,8 milhões de toneladas, no valor de US$ 1,8 bilhão, com crescimento de 39,5% em volume e de 21,6% em valor, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

As importações de produtos siderúrgicos também cresceram 13,5% no período, com a internalização de 995 mil toneladas, das quais 990 mil toneladas de laminados laminados. Em março, as importações totalizaram volume de 299 mil toneladas, equivalentes a US$ 306 milhões. O Brasil consumiu 2,2 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, em março, com expansão de 0,5% sobre igual mês de 2014. No trimestre, o consumo ficou em 6,1 milhões de toneladas e foi 2,7% menor do que o de igual período do ano passado.

Segundo o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, apesar da pequena melhoria observada no trimestre, não há nada no curtíssimo prazo que sinalize melhoria acentuada desse cenário. Os setores consumidores de aço brasileiro apresentaram desempenho muito ruim nos primeiros meses do ano, disse Lopes.

“Temos um cenário interno que, dadas as condições econômicas, não permite ter perspectiva de crescimento. Estamos falando de uma previsão do Produto Interno Bruto [PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país] negativa. E, quando se vai para o cenário internacional, há um excedente de capacidade de 700 milhões de toneladas no mundo, que leva a práticas predatórias e a um surto de importação muito grande para o Brasil”, disse ele.

Lopes lembrou que em 2000, a participação da China na importação de produtos siderúrgicos brasileiros, era de 1,3%. No ano passado, a participação subiu acima de 52%. “É uma situação difícil”, disse ele. O IABr vem alertando para a perda de participação da indústria no PIB – caiu de 25%, na década de 1980, para os atuais 12% –, e atribui isso à perda de competitividade.

“Temos uma série de assimetrias competitivas, que passam pelo câmbio, pela carga tributária, pela energia elétrica, que fazem com que o setor do aço e os nossos segmentos de consumo tenham uma dificuldade enorme de competir com o [produto] importado e também na exportação”, acrescentou Marco Polo. Para ele, a indústria de transformação tem de ser vista como prioridade absoluta “para que se reverta esse quadro, que não é bom”.

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